quinta-feira, 17 de outubro de 2013

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Luiz Ruffato lança novo livro







 Luiz Ruffato, um dos mais bem sucedidos  autores brasileiros contemporâneos, lança novo livro: Estive em Lisboa e lembrei de você. O lançamento será pelo Sempre um Papo, em 04 de novembro, quarta-feira, às 19h e 30, na Biblioteca Estadual Luiz de Bessa - Anexo Professor Francisco Iglesias (R. da Bahia nº 1889, 2º piso, Funcionários, Belo Horizonte).
 MTP
 
 Título: “Estive em Lisboa e Lembrei de Você” Autor: Luiz Ruffato Editora: Companhia das Letras Páginas: 88 ISBN: 978-85-359-1525-9 Preço: R$ 29,50 Formato:14 x 21 cm

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Discurso de Luiz Ruffato na Feira do Livro de Frankfurt

O escritor mineiro, Luis Ruffato fez o discurso de abertura da Feira do Livro de Frankfurt onde o Brasil é mais uma vez homenageado. A repercusão de sua fala está  causando o maior  reboliço! Eu aplaudi. Chega de ir lá fora e falar que tudo aqui é maravilhoso. Precisam saber o que passamos, apesar da nossa alegria. Que não podíamos sediar a Copa. Que um escritor como o Luis Fernando Veríssimo declarou não poder viver só dos livros e a lista vai longe...
MTP   

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"O que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma metáfora? Para mim, escrever é compromisso. Não há como renunciar ao fato de habitar os limiares do século 21, de escrever em português, de viver em um território chamado Brasil. Fala-se em globalização, mas as fronteiras caíram para as mercadorias, não para o trânsito das pessoas. Proclamar nossa singularidade é uma forma de resistir à tentativa autoritária de aplainar as diferenças.
O maior dilema do ser humano em todos os tempos tem sido exatamente esse, o de lidar com a dicotomia eu-outro. Porque, embora a afirmação de nossa subjetividade se verifique através do reconhecimento do outro --é a alteridade que nos confere o sentido de existir--, o outro é também aquele que pode nos aniquilar... E se a Humanidade se edifica neste movimento pendular entre agregação e dispersão, a história do Brasil vem sendo alicerçada quase que exclusivamente na negação explícita do outro, por meio da violência e da indiferença.
Nascemos sob a égide do genocídio. Dos quatro milhões de índios que existiam em 1500, restam hoje cerca de 900 mil, parte deles vivendo em condições miseráveis em assentamentos de beira de estrada ou até mesmo em favelas nas grandes cidades. Avoca-se sempre, como signo da tolerância nacional, a chamada democracia racial brasileira, mito corrente de que não teria havido dizimação, mas assimilação dos autóctones. Esse eufemismo, no entanto, serve apenas para acobertar um fato indiscutível: se nossa população é mestiça, deve-se ao cruzamento de homens europeus com mulheres indígenas ou africanas - ou seja, a assimilação se deu através do estupro das nativas e negras pelos colonizadores brancos.
Até meados do século 19, cinco milhões de africanos negros foram aprisionados e levados à força para o Brasil. Quando, em 1888, foi abolida a escravatura, não houve qualquer esforço no sentido de possibilitar condições dignas aos ex-cativos. Assim, até hoje, 125 anos depois, a grande maioria dos afrodescendentes continua confinada à base da pirâmide social: raramente são vistos entre médicos, dentistas, advogados, engenheiros, executivos, jornalistas, artistas plásticos, cineastas, escritores.
Invisível, acuada por baixos salários e destituída das prerrogativas primárias da cidadania --moradia, transporte, lazer, educação e saúde de qualidade--, a maior parte dos brasileiros sempre foi peça descartável na engrenagem que movimenta a economia: 75% de toda a riqueza encontra-se nas mãos de 10% da população branca e apenas 46 mil pessoas possuem metade das terras do país. Historicamente habituados a termos apenas deveres, nunca direitos, sucumbimos numa estranha sensação de não pertencimento: no Brasil, o que é de todos não é de ninguém...
Convivendo com uma terrível sensação de impunidade, já que a cadeia só funciona para quem não tem dinheiro para pagar bons advogados, a intolerância emerge. Aquele que, no desamparo de uma vida à margem, não tem o estatuto de ser humano reconhecido pela sociedade, reage com relação ao outro recusando-lhe também esse estatuto. Como não enxergamos o outro, o outro não nos vê. E assim acumulamos nossos ódios --o semelhante torna-se o inimigo.
A taxa de homicídios no Brasil chega a 20 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes, o que equivale a 37 mil pessoas mortas por ano, número três vezes maior que a média mundial. E quem mais está exposto à violência não são os ricos que se enclausuram atrás dos muros altos de condomínios fechados, protegidos por cercas elétricas, segurança privada e vigilância eletrônica, mas os pobres confinados em favelas e bairros de periferia, à mercê de narcotraficantes e policiais corruptos.
Machistas, ocupamos o vergonhoso sétimo lugar entre os países com maior número de vítimas de violência doméstica, com um saldo, na última década, de 45 mil mulheres assassinadas. Covardes, em 2012 acumulamos mais de 120 mil denúncias de maus-tratos contra crianças e adolescentes. E é sabido que, tanto em relação às mulheres quanto às crianças e adolescentes, esses números são sempre subestimados.
Hipócritas, os casos de intolerância em relação à orientação sexual revelam, exemplarmente, a nossa natureza. O local onde se realiza a mais importante parada gay do mundo, que chega a reunir mais de três milhões de participantes, a Avenida Paulista, em São Paulo, é o mesmo que concentra o maior número de ataques homofóbicos da cidade.
E aqui tocamos num ponto nevrálgico: não é coincidência que a população carcerária brasileira, cerca de 550 mil pessoas, seja formada primordialmente por jovens entre 18 e 34 anos, pobres, negros e com baixa instrução.
O sistema de ensino vem sendo ao longo da história um dos mecanismos mais eficazes de manutenção do abismo entre ricos e pobres. Ocupamos os últimos lugares no ranking que avalia o desempenho escolar no mundo: cerca de 9% da população permanece analfabeta e 20% são classificados como analfabetos funcionais --ou seja, um em cada três brasileiros adultos não tem capacidade de ler e interpretar os textos mais simples.
A perpetuação da ignorância como instrumento de dominação, marca registrada da elite que permaneceu no poder até muito recentemente, pode ser mensurada. O mercado editorial brasileiro movimenta anualmente em torno de 2,2 bilhões de dólares, sendo que 35% deste total representam compras pelo governo federal, destinadas a alimentar bibliotecas públicas e escolares. No entanto, continuamos lendo pouco, em média menos de quatro títulos por ano, e no país inteiro há somente uma livraria para cada 63 mil habitantes, ainda assim concentradas nas capitais e grandes cidades do interior.
Mas, temos avançado.
A maior vitória da minha geração foi o restabelecimento da democracia - são 28 anos ininterruptos, pouco, é verdade, mas trata-se do período mais extenso de vigência do estado de direito em toda a história do Brasil. Com a estabilidade política e econômica, vimos acumulando conquistas sociais desde o fim da ditadura militar, sendo a mais significativa, sem dúvida alguma, a expressiva diminuição da miséria: um número impressionante de 42 milhões de pessoas ascenderam socialmente na última década. Inegável, ainda, a importância da implementação de mecanismos de transferência de renda, como as bolsas-família, ou de inclusão, como as cotas raciais para ingresso nas universidades públicas.
Infelizmente, no entanto, apesar de todos os esforços, é imenso o peso do nosso legado de 500 anos de desmandos. Continuamos a ser um país onde moradia, educação, saúde, cultura e lazer não são direitos de todos, mas privilégios de alguns. Em que a faculdade de ir e vir, a qualquer tempo e a qualquer hora, não pode ser exercida, porque faltam condições de segurança pública. Em que mesmo a necessidade de trabalhar, em troca de um salário mínimo equivalente a cerca de 300 dólares mensais, esbarra em dificuldades elementares como a falta de transporte adequado. Em que o respeito ao meio-ambiente inexiste. Em que nos acostumamos todos a burlar as leis.
Nós somos um país paradoxal.
Ora o Brasil surge como uma região exótica, de praias paradisíacas, florestas edênicas, carnaval, capoeira e futebol; ora como um lugar execrável, de violência urbana, exploração da prostituição infantil, desrespeito aos direitos humanos e desdém pela natureza. Ora festejado como um dos países mais bem preparados para ocupar o lugar de protagonista no mundo --amplos recursos naturais, agricultura, pecuária e indústria diversificadas, enorme potencial de crescimento de produção e consumo; ora destinado a um eterno papel acessório, de fornecedor de matéria-prima e produtos fabricados com mão de obra barata, por falta de competência para gerir a própria riqueza.
Agora, somos a sétima economia do planeta. E permanecemos em terceiro lugar entre os mais desiguais entre todos...
Volto, então, à pergunta inicial: o que significa habitar essa região situada na periferia do mundo, escrever em português para leitores quase inexistentes, lutar, enfim, todos os dias, para construir, em meio a adversidades, um sentido para a vida?
Eu acredito, talvez até ingenuamente, no papel transformador da literatura. Filho de uma lavadeira analfabeta e um pipoqueiro semianalfabeto, eu mesmo pipoqueiro, caixeiro de botequim, balconista de armarinho, operário têxtil, torneiro-mecânico, gerente de lanchonete, tive meu destino modificado pelo contato, embora fortuito, com os livros. E se a leitura de um livro pode alterar o rumo da vida de uma pessoa, e sendo a sociedade feita de pessoas, então a literatura pode mudar a sociedade. Em nossos tempos, de exacerbado apego ao narcisismo e extremado culto ao individualismo, aquele que nos é estranho, e que por isso deveria nos despertar o fascínio pelo reconhecimento mútuo, mais que nunca tem sido visto como o que nos ameaça. Voltamos as costas ao outro --seja ele o imigrante, o pobre, o negro, o indígena, a mulher, o homossexual-- como tentativa de nos preservar, esquecendo que assim implodimos a nossa própria condição de existir. Sucumbimos à solidão e ao egoísmo e nos negamos a nós mesmos. Para me contrapor a isso escrevo: quero afetar o leitor, modificá-lo, para transformar o mundo. Trata-se de uma utopia, eu sei, mas me alimento de utopias. Porque penso que o destino último de todo ser humano deveria ser unicamente esse, o de alcançar a felicidade na Terra. Aqui e agora."


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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Paschoal Motta - comemorando o dia de São Francisco : Os olhos da onça

Caro Paschoal, Não me foi possível postar no dia de São Francisco de Assis. Esse poema, Os olhos da onça, me comove. Seu lado franciscano é muito bom. Desde o premiadíssimo Ver de boi. Abraço. MTP


Como hoje se comemora o Dia de Francisco de Assis...
OS OLHOS DA ONÇA
     Paschoal Motta


"É mais um dos l2 milhões de animais vendidos por contrabandistas
 que alimentam o terceiro negócio ilegal mais lucrativo do mundo."
(Luciano Candisani, revista Galileu, número 125, sobre animais em cativeiro para comércio).


A onça-pintada, em close na foto,
atrás de férreas grades, triste,
olha para meu coração pasmo.
Olha para dentro desta solidão,
e não conhece o meu desamparo
e nunca saberá deste lamento.

A onça-pintada na foto colorida
olha para baixo, no seu martírio;
olha por nós em nossos desatinos,
jamais entendendo de lucro e lixo.

A onça atrás de duras e frias grades
mal conheceu os amigos da floresta.
A onça pintada, presa da ganância,
mal experimentou as lambidas da mãe,
depois da mamada e as brincadeiras,
como todas as infâncias do mundo.

A onça-pintada, nem experimentou
os espaços do paraíso destruído,
reduzida entre ferros e humanos,
por seus vendilhões e assassinos.

A onça-pintada, lá numa gaiola,
nunca saberá de mim aqui distante;
sequer deste quase inútil poema
de lacrimar e odiar as desgraças
de uns  caçadores de miséria;
a onça lá e aqui um poeta, perdidos,
mais desesperançados de alegria.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Escritores mais bem pagos de 2013 - by Forbes



Quer saber quais são os escritores milionários e que venderam mais livros no último ano?
A Forbes conta. Só ajudei na riqueza de Daniela Steel e de Dan Brown.
É só clicar.
 MTP

 Ahttp://www.sobrelivros.com.br/top-16-lista-de-escritores-mais-bem-pagos-de-2013-pela-revista-forbes/

domingo, 6 de outubro de 2013

Feira do Livro de Frankfurt


Livros de Escritores Brasileiros terão merecido destaque na Feira do Livro de Frankfurt

A Literarte - Associação Internacional de Escritores e Artistas - Faz juz ao nome e mais uma vez ganha espaço em uma grande Feira Internacional.
Com experiência em feiras como o Salão do Livro de Paris, Book Expo New York, Feira do Livro de Guadalajara, Salão do Livro de Genebra, Bienal do Livro se São Paulo, Bienal do Livro do Rio de Janeiro, a Literarte estará com espaço reservado para lançamentos, autógrafos distribuição de nosso catálogo e representação de diversos títulos e autores brasileiros.
No link abaixo, você encontra todos os agendamentos oficiais do site da feira:
http://en.book-fair.com/fbf/programme/calendar_of_events/resultlist...
Em março estaremos no Salão do Livro de Paris e em breve estaremos fazendo a chamada do próximo catálogo... Você não vai ficar de fora não é mesmo? 
Nosso Stand em Frankfurt é o D122

sábado, 5 de outubro de 2013

Armadilhas do destino - Martha Tavares Pezzini



                                                 Armadilhas do Destino

    Gosto de conhecer pessoas. De modo especial aquelas que vão logo iniciando uma conversa e sem planejar nos vemos trocando figurinhas sobre determinado assunto, descobrimos uma ou várias afinidades e às vezes acontece até algum amigo em comum. Enfim, sentimos que nos damos bem. Jamais nos despedimos sem troca de e-mails, telefones e muita vontade de nos encontrar de novo.
    Esses encontros são o que alguns chamam de destino. Penso que talvez alguma energia, quem sabe?  atrairia as pessoas com sentimentos e gostos em comum.       
    Conhecer alguém para integrar nossa lista de especiais não tem preço!
   Tenho duas amigas maravilhosas e muito queridas que conheci através desses laços do destino e em situações semelhantes e um tanto curiosas.
  O primeiro caso: Ló.  Havia me mudado para uma cidade de tamanho grande o suficiente para que um encontro não fosse tão fácil. Como em geral em prédios de apartamento demora-se conhecer as pessoas e muitas vezes nem se conhece, já me surpreendi quando a vizinha de apartamento me procurou para oferecer ajuda e agrados pois  eu acabara de me mudar. Essa vizinha pertencia à uma igreja onde conhecia muitas pessoas. Vendo que eu estava necessitando de alguém para trabalhar em casa comentou com uma amiga da sua igreja, que por sorte morava próxima a mim. Ló, a amiga da vizinha, pessoa maravilhosa, foi até minha casa para oferecer a irmã da sua empregada que ela mesma não conhecia, para trabalhar comigo. E desse encontro nasceu uma agradabilíssima amizade daquelas insubstituíveis.
   Como morei em várias cidades a história se repetiu quase idêntica, em uma outra cidade. Dessa vez já estava usando o serviço de faxina de uma pessoa que trabalhava também   para outra. A faxineira me disse que eu precisava conhecer sua cliente, D. Rosângela e que achava que nós íamos nos dar muito bem. Falava muito bem dela comigo e vice versa.
   Um dia, recebo um telefonema daquela que é hoje uma queridíssima amiga, Rosângela, se apresentando e perguntando se eu gostava de balé pois haveria um festival do qual suas duas filhas participariam. Daí foi a minha casa levar os ingressos e não nos separamos mais.
   Muitas vezes por medo, preconceito e em nome da prudência nos privamos de relacionamentos de valor incalculável. Vencidas essas barreiras, nos enriquecemos com amigos que são o que de mais caro podemos cultivar em nossa vida.
    Vale arriscar e usar mais o coração que a razão.
   Cito o nome das minhas amigas porque estão no topo da minha lista. Rosângela, Ló,Vera e Lia!
     Cinco estrelas para elas é muito pouco!
      MTP