quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Moacyr Japiassu - Paschoal Motta





DE MOACIR, ESQUECER QUEM HÁ-DE?

Paschoal  Motta

 Moacir era mesmo um O Cara, inteligente, culto, escritor de ficções invejáveis, jornalista dos melhores deste Brasil. Nestes tempos de (i(n)gnorâncias, insensibilidades, alheamentos, desesperanças, obscurantismos, banalidades, o Moacir Japiassu, com toda certeza, já está fazendo falta sem tamanho. Tenho memórias perenes de nosso tempo aqui em BH. Ele chegado da Paraíba, eu de São Pedro dos Ferros. Juntamente com Daniel Guerra e outros colegas, amigas, amigos, butecamos de conforme. Em nossas conversas jogadas fora,  compareciam García Lorca, Fernando Pessoa, CDA e outros representantes da Literatura, verso e prosa e sem fronteiras ou preconceitos. Guimarães Rosa não podia faltar com trechos de Grande Sertão; Roger Martin Du Gard, com Les Thibault. O Cinena Novo nos levava ao Cine Guarani, na Rua da Bahia, onde onde hoje, salvo engano, é Agência dos Correios. O Moacir conhecia de Literatura bem mais que eu iniciando o Curso de Letras Neolatinas. A BOSSA NOVA era realmente nova, bossa e marcante. Ainda surpreendia e encantavam as canções de Vinicius, Tom Jobim, João Gilberto, com Elisete Cardoso no disco lançado em 1958, Canção do Amor Demais.
Isso e muito ainda, poderá ser lembrado com as vivências com nosso grupo de estudantes, bancários, jornalistas.  Um ancoradouro sempre nos esperava nas águas de madrugadas famintas e ainda sedentas, o Mocó da Iaiá, com seu estreito corredor de entrada, num estreito esgoto aberto às estrelas, ali na Carijós quase com Curitiba. Enormes ratos podiam nos receber. Lá dentro, a graça das graças da garçonete Maria, mulata de desespero de muitos. Gente de rádio, tevê,  noctívagos temporários, dentro do pequeno espaço de paredes lambrisadas de bambu e motivos do Pequeno Príncipe, de Exupéry, tão na moda...
Naqueles dourados anos de estudo, trabalho, apertura financeira, curtição de Literatura, Música, erudita e popular; teatro, cinema, a cachaça, mesmo uma péssima chamada Copam, ou doses de Nau Sem Rumo, cerveja, namoros, namoricos, paixões... as portas do Mocó foram fechadas, de uma madrguda para uma manhã, e de bares, como o Sagarana,  no primeiro andar do Maleta, não refinado como o Mocó... Comemoramos ali a volta do Moacir do Rio de Janeiro, onde já jornalista com asas abertas sobre a Guanabara.
Naquele meio tempo, já caía sobre nós e as paisagens ao redor a fuligem do Golpe de 1964. 
E nunca fomos os mesmos... Nem Belo Horizonte.

PM, SPF-BH, 05-11-2015

Sobre Livros e Autores: AMBA - ACADEMIA MINEIRA DE BELAS ARTES

Sobre Livros e Autores: AMBA - ACADEMIA MINEIRA DE BELAS ARTES

AMBA - ACADEMIA MINEIRA DE BELAS ARTES












domingo, 25 de outubro de 2015

Sentimentos - Mazza Borone

                                      


Mazza Borone, estreando no meu blog!






Sentimentos 

Mazza Borone

Perder é um sentimento estranho,
complicado, muito difícil de aceitar.
Alguns dizem: é preciso perder
para ganhar!

Sem dor, sem ganho
ouvimos nesses dias modernos
necessário investir
para somar!

Não é assim em todos os
segmentos?
Investir na bolsa para lucrar;
investir em si para a auto estima
aumentar;
investir no amor para
conquistar;
investir na glória para imortalizar...

E perder?
Humilhar-se para ser
exaltado!
Sofrer para ser glorificado!
Esforçar-se para ser reconhecido!
Redimir-se para ser perdoado!
Renunciar para ser amado,
e perder na terra,
a vida,
para ganhar a eterna!!

Perder é ganhar?

           

O que apraz - Mazza Borone









                       O que apraz

                  Mazza Borone

                     
Estou "parada" no tempo preciso escrever versos! Parar por um momento escutar meus sentimentos!
Escutar o que meu corpo fala,
falar o que minha boca cala!
Deixar voar a imaginação
e colocar palavras no papel!

Ouvir conselhos amigos
criatividade transcrita em lápis
Com certeza não seria teorema
mas deixar fluir a leveza
e o sentimento brotar em poema!

Nem sei se sou capaz
artista? Poeta? Acho que
não, jamais!

Mas, mulher, incontida,
vivaz
Essa sim! Pega o lápis,
o papel e em minutinhos
transborda
e deixa a mostra o que
mais lhe apraz...


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Página Virada - Martha Tavares Pezzini







                 

                          


                                      Página Virada

                                      Mansinha e fria a chuva cai lá fora...
                                      Molha meus pensamentos, acordando
                                      Lembranças entorpecidas até agora. 

                                      Luto para apagar o que me vem à mente...
                                      Mas aquela felicidade que se foi
                                      Insiste em se mostrar aqui presente.

                                      O gato, as chamas na lareira, o vinho, 
                                      Testemunharam o que não mais existe...
                                      Vou fugir e tentar outro caminho!

                                      Tento com outros detalhes me envolver!
                                      Em vão. Eles insistem em trazer você...
                                      Assim será muito difícil lhe esquecer!

                                     Mas tudo passará. E num fugaz momento
                                     Em que me quedarei lembrando o que passou,
                                     esta página já estará no esquecimento.

                                     Martha Tavares Pezzini
                                     Poema que recebeu Menção no XXXI Prêmio Mundial Nósside
                                                  com certificado e direito à participação na Antologia

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Evento Literário em Porto Alegre

Com Lincoln Pezzini, meu marido e Valéria Pezzini, minha filha,  após a premiação
Homenagem ao grande escritor, nas andanças por POA!
Com a querida e competente escritora e promotora de cultura, Izabella Valadares, presidente da LITERARTE
Com  a grande poeta Basilina Pereira, que muito admiro.