Marcus Vinícius Borges:
rodopiou pelo salão à procura de ar
cambaleou
tropeçou em um ou dois discursos
rasgou a toalha de mesa e a vestiu na altura do peito com um sorriso vacilante no rosto.
ao seu redor
o som sem ruído dos ladrilhos
do bate e volta de sua voz
o som dos objetos que teimam em não calar
dos fantasmas a lhe perguntar o que será do amanhã.
e ele ali,
inquieto
a balançar em seu próprio eixo
distante de si, do todo
sem respostas
sem cama para o descanso do corpo, apenas
centenas de copos plásticos vazios
restos de memória
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