segunda-feira, 5 de março de 2018

Recado às mulheres - Martha Tavares Pezzini

2012
Recado às mulheres
Qual o assunto que mais desperta o interesse das mulheres?
Tenho observado que um dos mais fortes está ligado à boa aparência e como driblar o tempo. Ou seja a eterna busca da fonte da Juventude. É incrível como elas gostam de saber a idade de outras mulheres e o que estas fazem para aparentar ter menos idade do que realmente têm. Outros pontos de destaque na mesma mulher como inteligência, desempenho em alguma atividade, despertam-lhes menos a atenção do que sua aparência.
Estou naquela fase que para não ferir susceptibilidades, alguns chamam de mais de sessenta e que pode ser, na verdade, mais de setenta, oitenta ou mais...
Não mais se penduram as chuteiras, facilmente. A Diva,
2017
Fernanda Montenegro encanta e surpreende aos oitenta e sete. Pode-se também começar a escrever, como a maravilhosa Cora Coralina que aos setenta e seis anos publicou seu primeiro livro e outras, menos conhecidas mas igualmente maravilhosas...
Difícil manter a aparência de algumas décadas a menos. Fiz o teste do facebook que promete nos transformar em uma estrela de Hollywood e não tiraram, como esperava, minhas rugas dos olhos, marcas de muitos anos, sorrisos e também de muito choro... Procedimentos estéticos, para retocar, até que são uma boa, para as que são corajosas, e infelizmente não sou uma delas. Mas chega um tempo em que tais procedimentos não dão conta do recado. Então o que fazer? Quem sabe, correr atrás de outras mudanças em nossas vidas, como das mulheres citadas no início deste texto. Claro que nunca nos descuidaremos de pequenos cuidados ou outros até maiores, o que é importante e prazeroso.
Mas o que dá mesmo luz aos olhos e brilho à pele, são outras mudanças. É o renovar-se por dentro. Ter a coragem de enfrentar novos desafios, aceitar novos comportamentos, e se predispor a algumas mudanças radicais ...
Mudar de casa, de lugar, de atividades, se afastar de pessoas ou de situações que não lhe fazem bem gera ansiedade e algum sofrimento.
Tenho experiência de ter deixado minha casa numa cidade tranquila, para viver em apartamento, em outro lugar, desconhecido. E mudei apenas seis vezes. Descobri que somos mais adaptáveis do que supomos. Também tive que desfazer de muitas coisas e não deu para olhar atrás: móveis, livros discos, eletrodomésticos, muitas lembranças, tudo foi mudado para ocupar novos espaços, mais compactos. A dorzinha da perda passa logo que sentimos que foi um passo adiante. O caminhar da vida. Sentimo-nos mais leves. A aparência e o rosto agradecem.

Creia. Começar de novo, rejuvenesce!






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