Crônica depois de revisão.MTP
Viver,
sonhar, lutar e aprender
Como toda mulher que já viveu um pouco mais de seis décadas... tenho a
presunção de possuir alguma bagagem de sabedoria, lucidez, diria até, de um
sexto sentido. Sou capaz de ler nas entre linhas, percebo muito rápido,
segundas intenções, e não se iluda, posso até parecer ser de Vênus, mas
tenho um pé em Marte. Combati o bom combate em variadas épocas e posições. Não
abandonei o gládio, o escudo, o elmo. Ah! A palavra.
Há algum tempo, só Deus sabe quanto, fui menina tímida, pensadora e
questionadora. Ainda que os questionamentos fossem restritos à minha cabeça.
Sem Google, bibliotecas e tantas fontes acessíveis agora, somente a sabedoria,
principalmente a materna, para elucidar alguns, já que a maioria deles ficava
arquivada, para, quem saberia? - um dia! Mais um pouco de tempo, curti o
romantismo água com açúcar, às vezes, embalado por alegres musicais dos anos cinquenta/sessenta.
Como desejava dançar daquele jeito e com aquelas roupas maravilhosas e
brilhantes. Confesso, foi meu sonho maior. Daí, bailei, em bailes do Clube e
horas dançantes ao som de orquestras e conjuntos, que hoje se chamam bandas.
Mas o privilégio de ter vivido o tempo dos Beatles e da Jovem Guarda, ninguém
me tira.
Deixo aqui uma lacuna. Vocês preencherão
com a imaginação, facilmente, se assim lhes aprouver... Muitos chavões. ..
vamos em frente! Sem ter tido tempo para pensar, saio da máquina de escrever
eletrônica, para a era virtual. O computador e eu nos entendemos logo ou
pelo menos, continuamos tentando nos entender. Há controvérsias. Como
apanho desse tirano. Tudo que faço aqui, que é onde estou agora, é no
improviso. Costumo dizer que é na marreta. Meu filho, técnico e fera nessa
área, se espanta comigo: andei mexendo, é assim que me expresso, até com
Photoshop e do autêntico, comprado! Desistir, jamais. Já consegui digitar e
publicar dois livros e o terceiro está sendo revisado por mim, no computador,
claro. Tenho blog, estou direto no Face e não entendo como algumas amigas vivem
sem tudo isso. Não gosto do WatsApp. Viciei nas telas e teclas maiores.
Celular, uso muito mal, para falar rápido com minhas filhas e chamar o UBER.
Sempre adorei viajar. Nada mais excitante do que aquele movimento de aeroporto,
depois esparramar no hotel, sair sem saber o que ver ou comer! Por motivos
alheios à minha vontade não tenho viajado. Mas quando minha filha me disse que
teria uns dias livres e perguntou-me onde eu gostaria de ir, talvez, supondo
que eu escolheria uma linda e tranquila paisagem bem das nossas, respondi sem
hesitar: - Vamos agendar Nova York.
Cá entre nós, tudo isso é luta contra o tempo inexorável e cruel.
Inexorável é bem retrô... Mas é o que sou, linguagem, conceitos e preceitos,
figura e estrutura. É quando a gente inventa de escrever e nos escritos acaba
inevitavelmente, RETROagindo!
Martha Tavares
Pezzini
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