Conversa
- Olá, Vida! Estou sentindo necessidade de parar, fazer um passeio andando devagar, sentar num jardim ou quem sabe, num parque, para conversar um pouco, ver gente passar, sentir a brisa no rosto, olhar o céu. Comer hambúrguer, cachorro quente ou churros. Você tem corrido muito e me atropelado, está bagunçando minha casa e embaralhando meus pensamentos. Não estou conseguindo lhe acompanhar! Estou pensando em marcarmos um encontro para discutirmos e quem sabe, nos acertarmos alguns pontos. Podemos agendar esse encontro para amanhã. Sábado é um bom dia, desde que se faça logo o que precisa ser feito, antes que outras solicitações sabáticas nos absorvam. Combino, por WhatsApp o local.
Não vou me preparar para o encontro. Será mais uma sexta-feira, que passa correndo sem que eu consiga realizar tudo a que me propus. E não suporto mais ouvir falar: “Sextou!” - Ando muito intolerante com tantas expressões novas, chavões repetidos até, na cabeça da gente – Mas é melhor um sextou do que um surtou. De todo jeito, aposentado ou na ativa, celebremos o esperado quinto dia, partamos para o descanso do final da semana que para mim já não faz diferença, mas para tomar um vinho, quem precisa sextar?
Agora só falta escolher um lugar tranquilo, para a nossa conversa. Pensei um pouco e não estou encontrando. A única praça que já sentei algumas vezes foi a Praça da Liberdade, que talvez, não esteja tão tranquila no sábado. Acabei de me lembrar de um bom lugar: uma biblioteca.
É sábado, está quase na hora combinada. Dirijo-me à Biblioteca, pego um livro e como não tinha intenção de ler peço um livro meu, o que funciona como uma confirmação da sua presença naquele acervo. Em seguida procuro um lugar para me sentar. Trago comigo um caderno para usar se se fizer necessário. Fecho os olhos e me contato com meus pensamentos:
- Podemos começar pelas melhores partes que você me permitiu viver pois antes de me queixar, tenho muito a agradecer.
MTP
To be continued
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