terça-feira, 29 de agosto de 2017

Minhas ideias ou as suas - Martha Tavares Pezzini







       Minhas ideias ou as suas

       O ato de escrever consiste em colocarmos  uma ideia no papel. Essa ideia pode estar de acordo com as convicções do escritor.  Ou pode ser adaptada para satisfazer o gosto de uma maior faixa de pretensos leitores. Dessa maneira eles conquistam o público, ávido de ouvir o que já tem em mente. Como se traçassem um caminho a ser seguido pelo leitor, rumo a uma conquista que já escolheu, mas deseja uma aprovação, uma chancela.  O escritor escolhe, então, um tema, recheia de situações previsíveis e sugestivas, tentadoras, aponta soluções para as adversidades pelas quais todos passam e dicas certeiras de como se livrar delas.  Geralmente alimentando o ego e a auto estima. Nada importa, ele afirma, a não ser  você. Aquela situação que lhe afligia, envolvendo pessoas queridas, ponha de lado. Afinal, você não precisa de ninguém. São sugestões de vida para se alcançar a tal felicidade que todos nós merecemos e que  cairá como uma luva  em pessoas carentes, que ainda,  não se veem enquadrados nesse termo. O importante, quem escreve sabe, é carregar nas tintas  usando palavras e situações bem atualizadas. A linguagem e os costumes são fundamentais. Cria um clima de cumplicidade e modernidade. Como as expressões novas surgem a todo momento é imprescindível usá-las para se expressar publicamente. Elas são divisoras de águas e sua ausência pode prejudicar uma boa crônica.
     Agora, é só procurar quem escreve o que você gosta de ouvir e compartilhar com os amigos o que você pensa.
Martha Tavares Pezzini

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Orgulho - Pedro Du Bois


 Vivemos esta "tristeza desamparada"!

 MTP

ORGULHO
(Pedro Du Bois, inédito)

 Na distância
descubro
a inutilidade
do orgulho

a nacionalidade desfalece
no que deixo de lado

habito o silêncio:
não estou perdido
no hino silenciado

(esqueço a letra do hino pátrio)

maior a distância
nítidos os vultos
de todo o sempre

menos o orgulho
na tristeza desamparada.
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PRIDE
(Pedro Du Bois, inédito)
(Marina Du Bois, English version)

In the distance
I find out
the uselessness
of pride

nationality faints
in what I leave aside

I live in silence
I am not lost
in the silent hymn

(I forget the lyrics to the anthem)

the greater the distance
sharper are the figures
of all time

less pride
in helpless sadness.
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outros poemas:
https://plus.google.com/u/0/108438516741639533660
http://pedrodubois.blogspot.com.br/

domingo, 20 de agosto de 2017

Correspondência - Augusto de Lima

 
Correspondência
 
                   I
 
“Prisma, disse a Harmonia, dá-me as tintas
com que no íris a luz etérea esgotas.”
Responde o Prisma: “Dá-me as sete notas
com que os humanos sentimentos pintas.”
 
Intervém o Perfume: “Inutilmente
unir-vos-eis sem mim, alma das flores:
das setes notas e das sete cores
guardo a aliança no meu seio ardente.”
 
                 II
 
Há com efeito acordes no perfume,
de intenso colorido harmonioso,
que, no delíquio do supremo gozo,
as sensações universais resume.
 
Nossos olhos não veem, nossos ouvidos
não escutam; mas a alma inebriada
ouve cantar na abóboda azulada
os cintilantes astros comovidos.
 
Na embriaguez das flores, quando assoma
entre sonhos a morte, há de ser grato
à alma romper nas sensações do olfato
e a vida evaporar em pleno Aroma!
 
Augusto de Lima
  
 

sábado, 12 de agosto de 2017

Viver, sonhar, lutar e aprender - Martha Tavares Pezzini



      

        





Crônica depois de revisão.MTP
 
     


      
   

               Viver, sonhar, lutar e aprender 

         Como toda mulher que já viveu um pouco mais de seis décadas... tenho a presunção de possuir alguma bagagem de sabedoria, lucidez, diria até, de um sexto sentido. Sou capaz de ler nas entre linhas, percebo muito rápido, segundas intenções, e não se iluda, posso até parecer ser de Vênus, mas  tenho um pé em Marte. Combati o bom combate em variadas épocas e posições. Não abandonei o gládio, o escudo, o elmo. Ah! A palavra.
         Há algum tempo, só Deus sabe quanto, fui menina tímida, pensadora e questionadora. Ainda que os questionamentos fossem restritos à minha cabeça. Sem Google, bibliotecas e tantas fontes acessíveis agora, somente a sabedoria, principalmente a materna, para elucidar alguns, já que a maioria deles ficava arquivada, para, quem saberia? - um dia! Mais um pouco de tempo, curti o romantismo água com açúcar, às vezes, embalado por alegres musicais dos anos cinquenta/sessenta. Como desejava dançar daquele jeito e com aquelas roupas maravilhosas e brilhantes. Confesso, foi meu sonho maior. Daí, bailei, em bailes do Clube e horas dançantes ao som de orquestras e conjuntos, que hoje se chamam bandas. Mas o privilégio de ter vivido o tempo dos Beatles e da Jovem Guarda, ninguém me tira.
        Deixo aqui uma lacuna. Vocês preencherão com a imaginação, facilmente, se assim lhes aprouver... Muitos chavões. .. vamos em frente! Sem ter tido tempo para pensar, saio da máquina de escrever eletrônica, para a era virtual. O computador e eu nos entendemos logo ou  pelo menos, continuamos tentando nos entender. Há controvérsias. Como apanho desse tirano. Tudo que faço aqui, que é onde estou agora, é no improviso. Costumo dizer que é na marreta. Meu filho, técnico e fera nessa área, se espanta comigo: andei mexendo, é assim que me expresso, até com Photoshop e do autêntico, comprado! Desistir, jamais. Já consegui digitar e publicar dois livros e o terceiro está sendo revisado por mim, no computador, claro. Tenho blog, estou direto no Face e não entendo como algumas amigas vivem sem tudo isso. Não gosto do WatsApp. Viciei nas telas e teclas maiores. Celular, uso muito mal, para falar rápido com minhas filhas e chamar o UBER.
        Sempre adorei viajar. Nada mais excitante do que aquele movimento de aeroporto, depois esparramar no hotel, sair sem saber o que ver ou comer! Por motivos alheios à minha vontade não tenho viajado. Mas quando minha filha me disse que teria uns dias livres e perguntou-me onde eu gostaria de ir, talvez, supondo que eu escolheria uma linda e tranquila paisagem bem das nossas, respondi sem hesitar: - Vamos agendar Nova York.
         Cá entre nós, tudo isso é luta contra o tempo inexorável e cruel. Inexorável é bem retrô... Mas é o que sou, linguagem, conceitos e preceitos, figura e estrutura. É quando a gente inventa de escrever e nos escritos acaba inevitavelmente, RETROagindo!
              Martha Tavares Pezzini