domingo, 30 de março de 2014

Capacitor de Fluxo - Marcus Vinícius Borges











Capacitor de Fluxo

Marcus Vinícius Borges




Nuvens intercaladas de sol

Ventos gélidos entre brisas suaves

Granizos destruindo granitos

De resto...

Sucatas em meio às tralhas

Amargura seca

Fuligem, fumaça, bronquite,

Quase asma

Enfim... Nada de lágrimas 

Doces cortinas abertas para o tempo

Olhar ansioso a construir um novo dezembro.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Constatação - Maria de Fátima Abdala

                     Barco Pesqueiro do artista  matozinhense Geraldo Roberto da Silva




Constatação
 Maria de Fátima Abdala
 
Nos meus doces sentidos de cores amargas,

entoava sons precedidos de ações grotescas.

Escutava gritos enfraquecidos e a voz que embarga,

e calavas – doce morte em manhã fresca.



E prosseguia levando o corpo à desavença

E retrocedia (pobre coração que tudo sente)

tu me deixaste em sombra, paixão intensa

e hoje moras na esperança que tenho ausente.



Talvez o tempo te incendeie de descrenças

e em luzes negras te verei a implorar

e querer o espaço onde era seu lugar.



E te dirão aos berros, se é o que pensas

que foste como um rio, errônea crença:

me arrastaste da margem sem , contudo, me afogar.



Nota:

Imagens retiradas da internet. Caso haja restrição ao uso de alguma, favor entrar em contato.







quinta-feira, 27 de março de 2014

Sons da Chuva - Martha Tavares Pezzini






Sons da chuva
Ouço a chuva lá fora, ora mansa, ora em pancadas. Mansinha, fina, gostosa. Seus sons, às vezes, apenas um cochicho, um murmúrio...
Parece que cai assim mansinha para acalmar, amolecer nossa armadura, nossa casca, e nos diluir.
Aí, desperta desejos de aconchego, sono, leitura, um chá ou vinho, conversa calma e outros prazeres mais. Traz também, respingos de lembranças...
Chego da janela para ver a rua, a chuva. É noite e as luzes sobre o asfalto molhado se refletem nas poças. Sombras e imagens  projetam formas surreais em preto e branco, como num filme noir, no chão espelhado.  
Junto ao meio fio corre um filete. Poucas pessoas, apressadas, a pé, indo para casa, ansiosas por sentir toda aquela sensação de proteção e bem estar de quem chega em seu abrigo.
Ser surpreendida pela chuva me deixa meio aturdida. Se a chuva vem meio de repente nunca tenho sombrinha! E nas poucas vezes que me previno, com certeza não chove. Lei de Murphy não falha!
Nesse momento, ouço apenas um som bem suave dos poucos carros passando pelo asfalto molhado. A chuva, personagem que encadeou esses pensamentos, está silenciosa. Mas seu efeito amortecedor já me deixou com a sensação de que vou dormir bem. E talvez, já na cama, ela volte a sussurrar embalando meu sono.
Tão gostoso dormir embalada pela chuva!
Martha Tavares Pezzini

Obrigada pelos 13.000!





Conseguimos!!!!!
Visualizei em pensamento todos que sei que passaram por aqui e que atenderam aos  meu pedido para chegar aos 13.000!
Também vocês que passaram e não fiquei sabendo, espero que voltem e se apresentem!
Se a campainha da sua casa tocar, imagine que esse cesto de flores está chegando para você...para dizer obrigada pelo seu apoio e carinho!

Martha