sexta-feira, 22 de abril de 2016

por que escrever?



Por que escrever?

Porque os pensamentos escorrem 
como um riacho cristalino, 

cantando uma melodia suave.
Às vezes, canto, às vezes, lamento.  
Vão deixando seu recado e pedindo passagem.
Acumulados, 
podem fazer barulho ou causar inundação. 
Que terminam por fazer muito  mal ao coração. 

sábado, 2 de abril de 2016

Primeiro de Abril - Martha Tavares Pezzini





“Primeiro de abril! Sua calça caiu! Sua mãe não viu!”
Primeiro de abril é dia de ouvir
Notícias almejadas, ainda que furadas!
Fica aquele gostinho de dúvida...
Pelo sim ou pelo não, num segundo,
Irei ser feliz, por que não?

quinta-feira, 17 de março de 2016

Que todo dia... Martha Tavares Pezzini

Que todo dia seja dia da poesia!
Mas que se comemore sempre no dia 14 de março!

"O poeta pensa com o coração
Enxerga com lente colorida!
Perdido em meio a um turbilhão
de sentimentos, segue pela vida!"


Martha Tavares Pezzini
Por onde andei levei meus sonhos II

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Complementar - Martha Tavares Pezzini



Complementar

O que se passa ao meu redor,
não passa
sem me tocar, lapidar e acrescentar
experiências de humanidade.
Da beleza, do sofrer, da alegria,
Infortúnio, júbilo, energia,
da vida - o pulsar ininterrupto,
do êxtase ao desencanto,
sou parte e sou complemento.
Sou célula ínfima na magnitude
do  Universo.

Martha Tavares Pezzini

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Você é lu-z - Almir Zarfeg

A. Zarfeg: Você é lu-z eu troco o dia pela noite...

Você é lu-z
eu troco o dia pela noite
o certo pelo duvidoso
a borboleta pelo corvo

Você é lux-o
eu troco o Olimpo pelo
tomara que caia
o fio transcenDENTAL...
A. Zarfeg
Na Confraria da Poesia!

Vida I



terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O que é a vida afinal?! - Maria Luiza Vargas Ramos

O QUE É A VIDA AFINAL?!

Não, não me venham com frases feitas, dizendo que é tudo uma questão das nossas escolhas. Nada disso! Raras vezes temos a opção de escolher, geralmente somos levados num torvelinho que nem sabemos aonde vai parar, empurrados daqui e de lá, atendendo a gregos e troianos, pegando as migalhas que caem em nosso prato, sem jamais nos saciarmos e sempre adiando para uma outra encarnação a concretização dos sonhos mais acalentados e mais difíceis de realizar.
Meus professores achavam que eu deveria ser advogada, afinal fui líder de turma em todos os anos que estudei e oradora em todas as formaturas, do Jardim de Infância à Universidade.
Eu queria ser médica e só tirava dez em Biologia, de tanto que gostava. Matriculei-me no Científico e meus pais me chantagearam para fazer junto o Curso Normal e lhes dar “de presente” o diploma de professora primária, até porque meu pai disse que eu não sairia de Alegrete para estudar, pois as moças só iam “se soltar” em Santa Maria ou Porto Alegre e que eu deveria escolher um curso que tivesse na minha cidade. Entre Letras e Economia, a escolha foi óbvia. Mas as opções, convenhamos, eram bem restritas.
Nunca pude ir a uma festa à noite antes de debutar, aos quinze anos. Casei virgem com dezoito anos. Meu vestido de debutante ainda estava novo e servia perfeitamente, poderia até ter usado o mesmo...
Há quem me rotule de quadrada, certinha, de direita demais. Como não ser? Meu pai era da UDN e as regras na minha casa eram muito rígidas. Liberdade só para ler e estudar bastante. Mesmo assim morro de saudades daquele tempo...
Eu queria conhecer o mundo, viajar para tantos lugares, conversar em diversos idiomas com gente interessante, que tem o que dizer!
Deve ser muito bom comer quando se sente fome e dormir quando se tem sono, ao invés de cumprir horários rígidos e estar sempre achando que passou da hora e vai se atrasar.
Ser dona dos meus dias, do meu tempo é uma sensação ou experiência que nunca tive, pois há sempre alguém à minha espera, dependendo de mim para alguma coisa. Primeiro os alunos, os filhos, o marido, os pais e depois os netos.
Nascemos e morremos sós. Alguns passam pela vida também sozinhos, muitas vezes numa solidão asfixiante, sem ninguém para compartilhar o bom e o ruim, nem mesmo para receber a correspondência num prédio sem porteiro.
Na velhice, sobrevive melhor quem partilhou a vida, pois terá mais gente para lhe tomar conta e para segurar as alças do caixão. É a compensação pela individualidade sufocada no seu tempo na terra.
Raramente são escolhas, opções. Poucos escolhem viver sós ou acompanhados, as coisas simplesmente acontecem.
Numa dessas voltas da caminhada, entre triunfos e frustrações, a gente senta numa pedra no meio do caminho, olha pra trás, respira fundo e se pergunta:
- O que é a vida afinal?!


Maria Luiza Vargas Ramos