domingo, 14 de abril de 2013

Baú de Sonhos - Martha Tavares Pezzini
































São Pedro dos Ferros!
 
Um baú contendo
sonhos,
Juventude, risadas,
amor e pessoas amadas.

Aromas
vivos em meus sentidos.

Cheiro de murta,
violetas,
pão de milho,
sons de retretas.

Canto dos galos
na madrugada,
canto de roda
da meninada.

 Vida 
            em 
                    câmara 
                                    lenta...
 
VT pronto pra se ver
quando a vontade bater.

Martha Tavares Pezzini










                        

                                                       


                                    


                                         

                                   

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Pablo Neruda: Se me Esqueceres

Se Me Esqueceres 

 Quero que saibas
uma coisa.

Sabes como é:

se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.

Mas agora,

se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.

Se de súbito

me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.

Se julgas que é vasto e louco

o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.

Porém

se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.


Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda"

quarta-feira, 20 de março de 2013

O Sopro do Espírito - Frei Acílio Mendes







Nada mais belo e esperançoso do que se inspirar em Francisco de Assis. Que ele, o de Assis, interceda por seu xará... É o que esperamos. 
MTP

O Sopro do Espírito

Frei Acílio Mendes – da Ordem dos Frades Menores

O Espírito Santo não deixa de nos surpreender.
Contra toda a parafernália
dos meios de comunicação social
e dos seus candidatos e das casas de apostas,
a boa-nova do dia explodiu:
Francisco, o papa da Surpresa. 

- A surpresa da sua procedência: o primeiro jesuíta, o primeiro da América Latina e o primeiro não europeu em mais de mil anos: os irmãos cardeais foram procurá-lo quase no fim do mundo… Roma e a Europa deixaram de ser o centro do mundo.
A viragem é do centro para a periferia.
Dos palácios para as cabanas.
Da lógica do poder para a lógica do Serviço.
Da força da diplomacia para o dinamismo do Evangelho.
Da cabeça emproada para uma atitude de humilde inclinação diante do povo, suplicando a sua oração…
- A surpresa do nome que ele escolheu: Francisco. Pela primeira vez na história. A carga simbólica, profética e programática de um nome: Francisco de Assis, o Poverello, o renovador da Igreja e da Humanidade, o santo da simplicidade e dos pobres, o santo da fraternidade e da radicalidade do Evangelho a toda a prova. Francisco de Sales, o santo da ternura e da bondade.Francisco Xavier, o missionário de uma Nova Evangelização.
- A surpresa do número 13: Francisco foi eleito papa no dia 13 do 03 de 2013. A soma de todos estes números: 13. Tem 76 anos: 7+6 = 13. “Papa Francisco” tem 13 letras. “Papa argentino” também tem 13 letras! Foi eleito 13 dias depois de resignação de Bento XVI.
Nossa Senhora de Fátima, a Senhora dos 13 o abençoe e proteja!
- A surpresa de alguns dos seus livros: Reflexões de esperança (1992), Diálogos entre João Paulo II e Fidel Castro (1993), Corrupção e pecado (2006), O verdadeiro poder é o serviço (2007), Mente aberta, coração crente (2012)


Francisco, o papa amigo dos pobres,
apreciador da ópera,
fã de futebol…
Vem, Francisco! Vem outra vez!
Frei Acílio Mendes – da Ordem dos Frades Menores

sexta-feira, 8 de março de 2013

Mulheres: poesia cotidiana - Gabriel Chalita

Mulheres: poesia cotidiana

“Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou./Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos./Acreditar nos valores humanos e ser otimista.”

Cora Coralina, autora desses versos, foi uma mulher de força e coragem. Doceira de profissão, teve pouco estudo, mas muita sabedoria. Publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade e tornou-se um dos principais nomes da literatura brasileira.
Tal qual a escritora, muitas e muitas mulheres são merecedoras de reconhecimento, no Dia Internacional da Mulher e em todos os outros. Afinal, cada uma delas, à sua maneira, extrai do cotidiano a poesia que lhe cabe – e como viveríamos sem o encanto de suas estrofes?

Mas temas dolorosos também permeiam parte do dia a dia de mulheres de todo o mundo. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), sete em cada dez mulheres serão vítimas de agressões ao longo da vida. No Brasil, uma mulher é agredida a cada cinco minutos, segundo o Ministério da Justiça. Em 70% dos casos, o agressor é o próprio marido, o ex-companheiro ou o namorado. Uma violência silenciosa, invariavelmente, dentro de casa. 
A Lei Maria da Penha, que aumentou o rigor das penas contra os que praticam a violência doméstica no País, fez com que o número de denúncias e de punições aos agressores crescesse. Esse fato já é uma vitória, mas ainda há muito a ser feito. O poder público precisa oferecer serviços cada vez mais bem estruturados para a identificação dos abusos e as punições respectivas, ao mesmo tempo que protege as vítimas.

O Dia Internacional da Mulher, uma das tantas conquistas do público feminino, lembra-nos de que é preciso lutar, ainda mais, pela igualdade, sem violência. Mesmo com as adversidades que permeiam as relações, não se deve esmorecer na busca de uma sociedade mais justa e na crença dos “valores humanos”.

Por Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo)