domingo, 14 de julho de 2013

Esse é o Homem - WJ Solha







Há dias tive o prazer de receber  do  premiado  autor WJ Solha, seu  livro Esse é o Homem.  Para mim foi uma honra e um privilégio recebe-lo autografado, lá da Paraíba.  Muito grata, grande Solha! Fiquei completamente aturdida com a grandiosidade  do poema! Repito o comentário  de Miguel Sanches Neto: “Poema forte, um épico da agoridade!”
Começando  nos promórdios da história , intercalando outras eras e o agora. Nada faltou nesse caleidoscópio poético-histórico-filosófico! Parabéns, Solha. Você sempre se supera.
MTP



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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Luiz Ruffato

 


Luiz Ruffato nasceu em Cataguases em 1961. Graduou-se em Comunicação pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Seu livro Eles eram muitos cavalos,  publicado em 2001 foi vencedor dos prêmios APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte e prêmio Machado de Assis - da Fundação Biblioteca Nacional, de melhor romance em 2001.






O romance Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato  está na hot list de 30 títulos concorrentes ao prêmio de melhor livro de editora independente publicado na Alemanha no ano passado.
Vamos dar uma força ao nosso escritor que é ótimo e portanto merece!  Já votei e estou pedindo seu voto.
 MTP

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Luiz Ruffato – Es waren viele Pferde

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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Onde Andará o meu Doutor? - Dra. Tatiana Bruscky



ONDE ANDARÁ O MEU DOUTOR?
Tatiana Bruscky

Hoje Acordei sentindo uma dorzinha.
Aquela dor sem explicação e uma palpitação.
Resolvi procurar um Doutor e fui divagando pelo caminho. Lembrei daquele médico que
me atendia vestido de branco. E que pra mim tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo. O
meu doutor que curava a minha dor, não apenas a do meu corpo mas a da minha alma, que
me transmitia paz e calma.
Chegando à recepção do consultório fui atendida com uma pergunta:
- Qual o seu plano?
- O meu plano?
-Ah, o meu plano é viver mais e feliz! É dar sorrisos, aquecer os que sentem frio e
preencher esse vazio que sinto agora!
Mas a resposta teria que ser outra:
O “Meu plano de saúde”...
Apresentei o documento do dito cujo, já meio suado, tanto quanto o meu bolso e aguardei.
Entrei e o olhei, me surpreendi... Rosto trancado, triste e cansado. Será que ele estava
adoentado? Quem sabe, talvez gripado. Não tinha uma expressão alegre, provavelmente
devido à febre. Dei um sorriso meio de lado e um bom dia. Olhei o ambiente bem decorado.
Sobre a mesa à sua frente, um computador. E no seu semblante, uma dor.
O que fizeram com o Doutor?
Quando ouvi sua voz, de repente:
- O que a Sra. sente?
Como eu gostaria de saber o que ELE estava sentindo, pois parecia mais doente que eu, a
paciente...
- Eu? Ah! Sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação.
Esperei a sua reação.
Pensei: Vai me examinar, escutar a minha voz, auscultar meu coração...
Para minha surpresa, apenas me entregou uma requisição e disse:
- Peça autorização desses exames para conseguir a realização.
Quando li, quase morri.
“TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA”,
“RESSONÂNCIA MAGNETICA”
e “CINTILOGRAFIA”
Ai meu Deus, que agonia!
Eu só conhecia uma tal de “abreugrafia”!
Só sabia o que é estar a “ressonar” (dormir)
De “magnético”, eu conhecia um olhar...
E “cintilar”, só o das estrelas!
Estaria eu à beira da morte? De ir para o céu?
Iria morrer assim ao léu?
Naquele instante, timidamente, pensei em falar: terá o senhor amostra grátis de calor
humano para aquecer esse meu frio? Que fazer com essa sensação de vazio?
Observe, doutor, o “tal pai da Medicina”, o grego Hipócrates acreditava que:“A ARTE DA MEDICINA ESTAVA EM OBSERVAR”
Olhe pra mim... É bem verdade que o juramento dele está ultrapassado! Médico não é
sacerdote, tem família e todo os problemas inerentes ao humano. Mas, por favor, me olhe,
ouça a minha história! Preciso que o senhor me escute, ausculte e examine. Estou sentindo
falta de dizer até “aquele 33”! Não me abandone assim de uma vez! Procure os sinais da
minha doença e cultive a minha esperança! Alimente a minha mente e o meu coração, me
dê, ao menos, uma explicação! O senhor não se informou se eu ando descalço... ando sim!
Gosto de pisar na areia e seguir em frente, deixando as minhas pegadas pela estrada da
vida. Estarei errada? Ou estarei com o verme do amarelão? Existirá uma gotinha de
solução? Será que existe vacina contra o tédio? Ou não terá remédio? Que falta o senhor me
faz, meu antigo doutor! Cadê o Scoot, aquele da emulsão? Que tinha um gosto horrível,
mas me deixava forte que nem “um Sansão”! E o elixir? Paregórico e categórico? E o
chazinho de cidreira que me deixava a sorrir sem fronteiras? Será que pensei asneiras?
Ah, meu querido e adoentado Doutor, sinto saudades dos seus ouvidos para me escutar, das
suas mãos para me examinar, do seu olhar compreensivo e amigo...
Do seu pensar...
O seu sorriso que aliviava a minha dor, que dava forças para lutar contra a doença e que
estimulava a minha saúde e a minha crença... Sairei daqui para um ataúde? Preciso viver e
ter saúde! Por favor, me ajude!
Oh, meu Deus! Cuide do meu médico e de mim, caso contrário, chegaremos ao fim...
Porque da consulta só restou uma requisição digitada em um computador, e o olhar vago e
cansado do Doutor! Precisamos urgente dos nossos médicos amigos, a medicina agoniza,
ouço até os seus gemidos. Por favor, tragam de volta o meu Doutor! Estamos todos doentes
e sentindo dor... Peço para o ser humano uma receita de “calor” e, para o exercício da
medicina, uma prescrição de “amor”!
ONDE ANDARÁ O MEU DOUTOR?





Este texto é uma grande verdade. Foi escrito por Tatiana Bruscky, uma médica que vive em Recife. Traduz bem a realidade cada vez mais presente. Parte desta situação é reflexo da intromissão na sagrada relação médico-paciente por um mundo de gestores, que como dizia Gregório de Matos Guerra, “não sabem governar sua cozinha e podem governar o mundo inteiro.”
Dr. Fernando Antônio Freitas Vieira