O título já não cumpre o protocolo exato como no início. Abriu-se à Literatura e outras formas de Cultura
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
Convite de Posse - AJEB MG
Com grande satisfação divulgamos a posse da Primeira Diretoria e membros associados da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil - AJEB de MG.
quarta-feira, 25 de julho de 2018
Cristiano da Silva Gomes - Martha Tavares Pezzini
Cristiano da Silva Gomes
A cidade de Matozinhos, em Minas
Gerais, está hoje triste e desolada. Vê partir um filho muito amado. Ao
chegarmos na sua praça, onde se concentra o vai e vem cotidiano, em vão nosso
olhar procurará sua doce figura. Como era bom encontrá-lo! Simpatia,
simplicidade, querido por todos, sempre rodeado de amigos para uma conversa,
ainda que ligeira. Um encontro com Cristiano, garantia muitos casos
interessantes, desconcentração certa e muito riso. Era nosso historiador na
linguagem oral e escrita, com dois livros publicados. Havia o lado histórico
das sagas e epopeias e outro lado, que conquistava maior público, o jocoso e
brincalhão com os floreios e enfeites que eram igualmente preciosos. Grande
amigo de Babi, meu marido, foi nosso padrinho de casamento. Nos tempos dourados
de Matozinhos, era o cartão postal ou embaixador da cidade. Eventos festivos
tinham sempre sua chancela ao lado de Neide Pereira. Pena que hoje não tenhamos
mais figuras desse quilate. Foi nosso vice-prefeito na 1ª gestão de Nilo
Gonçalves Cota, quando Lincoln Pezzini também atuava na administração como
secretário executivo. Deixou sua marca como pessoa humana, correta, elegante.
Cristiano, trilha agora o caminho da Luz que ilumina sem cegar. Fez por
merecer. A nós só resta a saudade.
quinta-feira, 14 de junho de 2018
Desencanto - Pérola Bensabath
Há muitos dias sem postar, trago hoje um texto magnífico da escritora e poeta, Pérola Bensabath, coordenadora da Comunidade Elos Literários. Parabéns, Pérola! - MTP
D E S E N C A N T O
(Pérola Bensabath)
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Sinto prazer em escrever estilos amenos, sensuais, diáfanos e leves como a musseline das asas das borboletas.Mas hoje meu espírito crítico-social amanheceu cabendo na procura que esmerilha os sentidos de misericórdia e consciência que me espreitam. E que espreitam a sociedade.
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Quem sou eu neste instante? Uma sobrevivente dos séculos ou uma escritora? Minha sensibilidade olha em direção às relíquias e se dirigem aos meus anseios. Sou feliz. A alegria é inata em minha personalidade, mas às vezes o riso se esconde nos rictos dos cantos da boca e capturam o meu sorriso. Sou uma dissidente das trincheiras de uma juventude que sonhava e realizava, sem empunhar o celular como uma letal arma modernista, que tudo “resolve”, como um deus tecnológico. O mesmo “deus” que desaproxima os seres.
O meu templo de arte foi a música, o ballet e não o devastador som do hip hop e do tecno. Os mais belos exemplos de honestidade, confraternização e amor familiar me foram transmitidos. Descubro então que sou aquela que vive em um lar que é meu templo e mesmo que grades fechem as entradas e saídas, minha mente vagueia imaginativa e liberta.
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Oh! Deus...”onde estás que não respondes?”... Impostos que engordam os porcos que chafurdam nas propinas e corrupção. Violência instalada em crime organizado, crianças abandonadas, o velho mal cuidado, a devoradora indústria da seca nordestina, as drogas enganadoras que fascinam e muitos e muitos e mais fétidos acontecimentos que circundam o século. Entristece-me a passividade da política educacional numa densidade espantosa. Constrange-me os problemas sociais que são o corolário de um povo heroico que sobrevive com o salário mínimo e sorri... sorri no carnaval!
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E reina a Rede Globo, absoluta em sua lavagem cerebral ao povo do Brasil numa eletrônica avançada e purpurinada.
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Eu? Mulher de meia idade, ativa, sensual, alegre, observadora e constrangida. Mulher que sofre pelas minorias. Mulher-feliz-e-acolhida- em- seu- ninho -residência, num estiloso loft, em um condomínio de luxo. Fazer o quê? Criei uma ONG e foi um NADA frente ao TUDO. Sigo carregando um saco de ossos do passado: o meu saco de ossos particular. E das mazelas do presente: o saco de ossos da sociedade.
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Mulher neste momento de desencanto sentindo o peso do mundo. Mea culpa? Digo Amém? Uso máscara?
Mulher que se refugia no seu ópio: um triunvirato de FÉ, AMOR e POESIA.
sábado, 19 de maio de 2018
O domingo de Rapunzel - Martha Tavares Pezzini
Rapunzel e o domingo
Realmente não sei criar histórias na
imaginação. Só escrevo narrativas, idéias , pensamentos que tenho a respeito do
cotidiano e da vida ou faço uma mistura baseada em outras histórias conhecidas,
trazendo personagens de longe para o agora.
Domingo
é um dia como qualquer outro porque , agora sem missa. O que o distinguia,
além da missa, era a família em casa, almoçando juntos, uns ouvindo música,
outros chamando para ver filme e toda aquela agitação de uma família.
Só sei que não sei o que fazer do meu
domingo, onde nada disso existe mais. Reaprender um novo domingar, não está
fácil. Há limites daqui e dali que se
juntam a uma certa dificuldade para montar a estratégia e executar. É como se:
posso mais não devo. Quero mas não me sinto segura. Estou com preguiça de
trocar a roupa e passar o protetor solar. Preciso de um empurrão.
Muito complicado estar entre quatro
paredes, como Rapunzel, na torre, em outro tempo, só que sem tranças, sem espera de um
acontecimento, no caso dela, a chegada do príncipe. Agora imagine se a Rapunzel
tivesse ido para a torre na mesma idade que eu. O que ela esperaria? Com
certeza ligaria o computado, tablete e escreveria o que desse na cabeça, talvez ligasse a TV na Net Flix. Ou quem
sabe, com a ajuda do Espírito Santo, que jamais apareceria na história da parte
I, encontraria uma porta secreta com elevador panorâmico, desceria para as
ruas, criando coragem para andar sozinha e acabaria rodando pelo shopping
center do Reino, destino dos que estão exilados neste domingo.
Ah, amiga do passado, melhor para você que andaria pela floresta, cantando, ouvindo os pássaros, colhendo flores e apreciando a beleza das borboletas, invés de zanzar num shoping center!
Ah, amiga do passado, melhor para você que andaria pela floresta, cantando, ouvindo os pássaros, colhendo flores e apreciando a beleza das borboletas, invés de zanzar num shoping center!
Direto da torre da Savassi,
em "tempos outros, que não aqueles." coment L. Pezzini.
Martha Tavares Pezzini
segunda-feira, 5 de março de 2018
Recado às mulheres - Martha Tavares Pezzini
2012 |
Qual o assunto que mais desperta o interesse das mulheres?
Tenho observado que um dos mais fortes está ligado à boa aparência e como driblar o tempo. Ou seja a eterna busca da fonte da Juventude. É incrível como elas gostam de saber a idade de outras mulheres e o que estas fazem para aparentar ter menos idade do que realmente têm. Outros pontos de destaque na mesma mulher como inteligência, desempenho em alguma atividade, despertam-lhes menos a atenção do que sua aparência.
Estou naquela fase que para não ferir susceptibilidades, alguns chamam de mais de sessenta e que pode ser, na verdade, mais de setenta, oitenta ou mais...
Não mais se penduram as chuteiras, facilmente. A Diva,
2017 |
Difícil manter a aparência de algumas décadas a menos. Fiz o teste do facebook que promete nos transformar em uma estrela de Hollywood e não tiraram, como esperava, minhas rugas dos olhos, marcas de muitos anos, sorrisos e também de muito choro... Procedimentos estéticos, para retocar, até que são uma boa, para as que são corajosas, e infelizmente não sou uma delas. Mas chega um tempo em que tais procedimentos não dão conta do recado. Então o que fazer? Quem sabe, correr atrás de outras mudanças em nossas vidas, como das mulheres citadas no início deste texto. Claro que nunca nos descuidaremos de pequenos cuidados ou outros até maiores, o que é importante e prazeroso.
Mas o que dá mesmo luz aos olhos e brilho à pele, são outras mudanças. É o renovar-se por dentro. Ter a coragem de enfrentar novos desafios, aceitar novos comportamentos, e se predispor a algumas mudanças radicais ...
Mudar de casa, de lugar, de atividades, se afastar de pessoas ou de situações que não lhe fazem bem gera ansiedade e algum sofrimento.
Tenho experiência de ter deixado minha casa numa cidade tranquila, para viver em apartamento, em outro lugar, desconhecido. E mudei apenas seis vezes. Descobri que somos mais adaptáveis do que supomos. Também tive que desfazer de muitas coisas e não deu para olhar atrás: móveis, livros discos, eletrodomésticos, muitas lembranças, tudo foi mudado para ocupar novos espaços, mais compactos. A dorzinha da perda passa logo que sentimos que foi um passo adiante. O caminhar da vida. Sentimo-nos mais leves. A aparência e o rosto agradecem.
Creia. Começar de novo, rejuvenesce!
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
Soneto - Martha Tavares Pezzini
Soneto
Martha
Tavares Pezzini
Venho de
um lugar onde os montes são
Cobertos
por um verde aveludado
Trago
transbordante o coração,
Para doar
a quem tenho encontrado
Lá
onde a vida transcorria calma
E tempo
não faltava pra sonhar,
A
esperança e a fé nutriam a alma,
Quem não
viveu não pode acreditar.
As
agruras do hoje que vivemos
Total
inverso da serenidade
Dum tempo
de sossego que tivemos
Se
impossível nos é o retornar
Que
saibamos a vida levar bem
Com paz e
Amor pra tudo transformar
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