domingo, 22 de outubro de 2023

 

 
"POESIA EM VIAGEM" novo livro de poesia.

  

 
 
 
 

"POESIA EM VIAGEM" novo livro de poesia de Humberto Napoleon Varela Robalino que compõe a Coleção 11 Livros de Editora aBrace que foi apresentado em 02 de outubro de 2023 no estand da editora, na Feira Internacional do Livro de Motevideo 2023. Humberto Napoleon Varela Robalino participou dos eventos agendados de 02 a 07 de outubro no 25 ENCONTRO INTERNACIONAL DE POETAS E ESCRITORES ABRAce.

Seu trabalho foi muito comentado e aplaudido por escritores, críticos literários, jornalistas e público que numeroso participou dos eventos.

A ilustração da capa de "POESIA EM VIAGEM" é da famosa artista uruguaia PATRICIA SILVA IBA ÑEZ.

 

 

 
 


sábado, 21 de outubro de 2023

 "Plantou amor e não floresceu?

É porque a terra não era fértil...

Não desperdice mais sementes. Plante em novos campos."

Clarice Lispector

domingo, 15 de outubro de 2023


 

Trecho de uma crônica do livro "Tudo isto eu vivi", que estarei lançando em breve. Martha T. Pezzini 💟
 
 

    

domingo, 28 de agosto de 2022

Cântigo de Fogo - Geraldo Reis

 

CÂNTICO DE FOGO
Geraldo Reis

O Juízo Final é um pássaro cego 
cravando seu canto de fogo na pupila branca de Deus
que em vão se esquiva
e no corpo do homem 
que inerte 
não se abala.

O Juízo Final teme que os peixes e as plantas
não boiem depois de mortos
por força de alguma desconhecida serpente
ou de algum demiurgo
criado a partir do pensamento da hidra.

O Juízo Final semeia a ferida
que há de preencher os espaços da vinha
           e de envolver os cântaros
a ferida que há de dissipar a memória 
da água e da sede
e da febre, que era alumbramento.

O Juízo Final conduz pelas mãos
um crepúsculo saído do ventre fundo de Deus
e abre um caminho novo em direção à aurora
que se fez carne a partir de um bocejo.

O Juízo Final comparece em pessoa ao julgamento de Deus
diante do pântano, das trevas e do abismo
que foram a matéria-prima de que ele fez o homem.

O Juízo Final espreme o olho de Deus
que expele inéditos pombos da morte
fatais e devoradores
e frios como cubos de gelo.

O Juízo Final pedala
embora rupestre
uma roca
e tece o destino dos justos
diante de um Deus que pede um copo d’água
vendo que toda  sua obra resultou num deserto.

O Juízo Final, de corpo e alma,
celebra a irreverência dos vermes,
que não se deixam abater,
ao contrário, 
se reproduzem com apetite voraz,
vendo a morte definitiva de Deus e do homem.

O Juízo Final põe fim à obra prematura de Deus
e lava as mãos na fonte luminosa

que brotou da maçã triangular de seu olho.