quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Colegas - Filme do diretor Marcelo Galvão



"Colegas" é o sensacional  filme do diretor Marcelo Galvão.Uma história comovente vivida por  atores com síndrome de Down. "Entre os 48 filmes inscritos no festival esse é único que possui  recurso de audiodescrição, que garante o acesso às informações visuais da obra a pessoas cegas e com baixa visão, além de beneficiar pessoas com síndrome de down, problemas neurológicos e dificuldade de memorização"

Destaque, também para a fotografia de Rodrigo Tavares. Estaremos aguardando com enorme espectativa o lançamento nos cinemas. Parabéns a toda a equipe por esse trabalho.

Martha Tavares Pezzini

 

 

Do Fique Linkado

 

Coletiva de “Colegas” no 40º Festival de Gramado, com Juliana Didone, Marcelo Galvão, Ariel Goldenberg e Rita Pokk

No início da tarde desta terça-feira, 14 de agosto, Juliana Didone, Ariel Goldenberg, Rita Pokk e Marcelo Galvão se reuniram com a imprensa para falar sobre “Colegas”, filme participante da Mostra Competitiva de Longas Nacionais.
“Colegas” é um filme que aborda de forma inocente e poética coisas simples da vida através dos olhos de três jovens com síndrome de Down. São eles: Stalone, Aninha e Márcio. Um dia, inspirados pelo filme ‘Thelma & Louise’, resolvem fugir no carro velho do jardineiro (Lima Duarte) em busca de seus sonhos: Stalone quer ver o mar, Marcio quer voar e Aninha busca um marido pra se casar. Nessa viagem, enquanto experimentam o sabor da liberdade, envolvem-se em inúmeras confusões e aventuras como se a vida não passasse de uma eterna brincadeira.
O diretor do filme, Marcelo Galvão, contou sobre a dificuldade em captar recursos para a produção. “A maior dificuldade que eu tive foi na hora de captar recursos. Eu achava que ia ser diferente, porque estou falando de inclusão social, mas muitas empresas vieram com a desculpa de que estariam associando a marca deles à síndrome de down e não seria legal”, disse Marcelo comentando que  essa ainda vem sendo a nossa maior dificuldade que eles enfrentam.
Ao falar sobre o roteiro, o cineasta revela que não teve dificuldades em desenvolver o texto: “Eu fui criado com uma pessoa que tem síndrome de down, então de certa forma é um assunto que eu domino. Eu sei do improviso deles, se eu por uma câmera na frente deles e a gente começar a conversar, sei que vai sair muita coisa boa dali”, revela.
Mais de 300 garotos foram testados e foram feitos vários ensaios durante quatro anos. “O Ariel e a Rita foram ensaiados dentro da produtora toda semana. Nem tanto porque precisavam ser ensaiados, mas  para que o sonho não acabasse. O Ariel traz muito isso, ele pergunta quando vamos fazer, quando vamos para o festival, quando vamos ganhar um Oscar. Ele tem esse sonho dele e isso fez com que a gente acreditasse”, conta Marcelo.
Entre os 48 filmes inscritos no festival esse é único que possui  recurso de audiodescrição, que garante o acesso às informações visuais da obra a pessoas cegas e com baixa visão, além de beneficiar pessoas com síndrome de down, problemas neurológicos e dificuldade de memorização.
A intensão de Marcelo Galvão e do produtor Marçal de Souza é dar oportunidade para que as pessoas com deficiência visual possam assistir os filmes no cinema. “É preciso da ajuda do exibidor”, comenta Marçal, cego à oito anos. Mesmo que o recurso não seja possível nos cinemas, Marcelo e Marçal disseram que o DVD contará com o recurso de descrição e libras.
Esse é o primeiro filme de que Juliana Didone participa, a atriz contou que está muito feliz de tê-lo feito e acredita ter começado com o pé direito. “Foi incrível fazer, é uma experiência de vida que eu vou levar por toda a minha carreira. Eu já tive um namorado que o irmão dele tem down, então eu já tive um pouco de convivência, mas ficar ali diariamente durante um tempo com eles, conversando e esperando foi muito bom”, Juliana revela.
A atriz disse que ela não chega a contracenar com os atores com síndrome de down, mas conviveu com eles durante as filmagens o que  acabou criando um carinho muito grande entre eles. “São pessoas muito espontâneas, não tem as máscaras que a gente coloca às vezes”, ela comenta.
Um dos grandes destaques do filme é a sua fotografia, realizada por Rodrigo Tavares que pegou como referência “Toy Story” da Pixar. “Desde o início quisemos trabalhar com planos muito abertos, queríamos um estilo Disney mas não tão colorido, então acabamos escolhendo como referência ‘Toy Story’, da Pixar”, contou.
Rodrigo fala ainda sobre o que a fotografia de um longa metragem representa pra ele: “Na minha cabeça, a fotografia está lá para contar o filme. Não tem nenhuma função além de ajudar a contar a história da melhor maneira possível. Então se você cria um conceito, cria uma cara para esse projeto. Por mais que você se depare com um cenário maravilhoso, uma luz que está perfeita, se aquilo não faz parte do que você estabeleceu para o projeto, você não pode usar aquilo”, finaliza.
“Colegas” tem previsão de estreia para 09 de novembro.

Martha Tavares Pezzini
Sobre Livros e Autores
marthatavaresspf.blogspot.com

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