segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sous Le Ciel de Paris - Martha Tavares Pezzini

Hotel Concorde Saint Lazare - Entrada


   Hotel Concorde Saint Lazare - Paris                                                              













        Sous le ciel de Paris


     Paris é sinônimo de encantamento. A gente chega e se sente como que caminhando nas núvens, tocada pela magia da cidade e daí pra frente tudo que você vê, é justificado com um ... mais c’est Paris... Os  fortes apelos visuais  entrando pelos nossos olhos e ouvidos  criam essa aura de alumbramento e  fascínio. Não poderia ser diferente se desde criança,  as maravilhas da Cidade Luz nos foram apresentadas através da História, literatura, pintura e  música. Nosso coração canta e bate mais forte. Queremos aproveitar  o máximo  tudo que a cidade tem para nos oferecer e como as opções são infinitas o tempo de que dispomos nunca  é suficiente. Bom mesmo seria não ter tempo limitado. Mas isso nunca é, ainda,  daquela vez, principalmente se é a primeira visita, meu caso.
      Hospedei-me   num hotel  lindo e bem localizado  à 108 Rue Saint Lazare, o Hotel Concorde Saint Lazare. Uma  manhã, fiquei ouvindo  o insistente  pregão de um  vendedor de melões, que se postara num espaço próximo: - “cinq francs, cinq francs, cinq francs!” - Aquela repetição incansável acaba cansdando! Esse tipo de coisa  que sempre perturba um pouco é igual em todo lugar. Na minha  janela, a bandeira do Brasil, colocada por mim.
     Voilà! Começemos as lembranças de um roteiro a pé feito por meu marido e eu, saindo da  praça de La Concorde pela  avenida  Champs Élysées, uma magnífica visão vista de cá da praça, com mais de um quilômetro de extensão, até o L’Arc de Triomphe, totalmente reta. Parando para descansar num café, ou na grama, como é costume por lá, um clic aqui outro ali  para registrar tudo que vemos. De repente, para acelerar o coração surge  a bela (saudosa) fachada da VARIG, bem colorida em verde e amarelo combinando com o detalhe da camiseta brasileira que eu estava  usando, enfim, o Brasil, em destaque. No longo percurso, vitrines atraentes, galerias, gente bonita, grupos de turistas, câmeras à mão, desfilam diante dos nossos olhos.  Os clics não param. Afinal, Paris é a eterna Top Model e não se pode deixar escapar nenhum ângulo.
     Visitando Sacré Coeur em Montmartre pareço estar ouvindo Charles Aznavour cantando La Boeme. O clima totalmente cult do local, fervilhando de artistas, em especial, pintores, descontrai  e inspira. Meu marido insiste para que eu pose para um retrato com um dos vários artistas locais. Até que pela lembrança, não seria má ideia mas não queria perder tempo.
    Depois de um dia de muitas andanças e curtições, já cansados, acenamos para um taxi para a volta ao hotel. Ao entrarmos no carro, um susto: enorme cão no banco dianteiro. Morri de medo: - Seja o que Deus quiser, c’est tourisme!  C'est Paris!   
    O que mais me encantou na Cidade Luz? - O simples fato de estar  sous le ciel de Paris!


    

Nilto Maciel

 "... O equilíbrio está no talento de Nilto Maciel para amalgamar realidade e ficção."(Aíla Sampaio)
  


   Acabo de receber do grande escritor cearense Nilto Maciel, seu novo livro Luz  Vermelha Que se Azula, que recebeu o Prêmio Moreira Campos. Começo a ler daqui a pouco. Adoro ler o que Nilto escreve. Versatilidade, talento e domínio da técnica de construção de textos que o coloca em lugar de  destaque na literatura  brasileira. Volto a falar do livro.
   Obrigada, Nilto, pelo carinho,
   Abraço,
    Martha









sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ferreira Gullar

                                       Ferreira Gullar

                                              O que se foi.
                                              Se algo ainda perdura
                                              é só a amarga marca
                                              na paisagem escura

                                             Se o que se foi regressa
                                             traz um erro fatal:
                                             falta-lhe simplesmente
                                             ser real.

                                            Portanto,  o que se foi,
                                            se volta,  é feito morte.

                                            Então por que me faz
                                            O coração bater tão forte?

                                          (De Em alguma parte alguma) 


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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

José Rezende Jr.




José Rezende Jr. Foi repórter do jornal do Brasil, IstoÉ, O Globo e Correio Brasiliense.Fez sua estréia na ficção em 2005, com o livro A Mulher Gorila e outros demônios. Venceu o Prêmio Jabuti 2010 de Melhor Livro de Contos do Ano com Eu perguntei pro velho se ele queria morrer (e outras estórias de amor), livro em que prosa e poesia se misturam como que fazendo um jogo. Uma das histórias deste livro é Origami. Vejamos um trecho:
 “Eram de polos opostos do planeta, mas já à primeira vista pareceram vizinhos, de tão emaranhados destinos e pelos. Eram como se fossem: antípodas siameses. Falavam línguas desencontradas, mas compreendiam um do outro a língua molhada e a linguagem cega das mãos – surdos, mudos e loucos. Nem mais menina nem ainda mulher, a moça tinha vergonha do corpo meio desengonçado, era muito alta, talvez magra demais, e já no instante seguinte invejava o próprio corpo no espelho, a altura esguia, o pontiagudo dos seios, o rosa dos mamilos ocultos pelas mãos do amante estrangeiro. Mostrava seu recato sem pudores, feito virtude sórdida.”

 
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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pingos e Respingos

     
                    Pingos e Respingos

  •           Li, na semana que passou, uma reportagem que abordava toda a lenda em torno da visita de Orson Welles ao Brasil e sobretudo em Minas Gerais. Ocorrida a 69 anos ainda deixa os cinéfilos loucos por uma confirmação das lendárias peripécias atribuidas ao gênio, que já havia filmado sua obra prima Cidadão Kane. A jornalista Laura Godoy que pesquisa Orson, está produzindo um documentário baseado na tão inesquecível quanto misteriosa visita.
  •       Ruth Silviano Brandão e José Marcos Resende Oliveira estarão lançando o livro Machado de Assis leitor-Uma viagem à roda de livros. No próximo sábado, de 11h às 14h, na Quixote Livraria, na Savassi.
  •           Byron Apaixonado, biografia de Lorde Byron, assinada pela irlandesa Edna O'Brien, com tradução de Mauro Gama. Editora Bertrnd Brasil. 
  •      Luciana Aquino Capello Coelho lança hoje, 16 de agosto, o livro de poemas, Atrás das letras... Na Biblioteca Estadual Luiz de Bessa, às 19h.
  •        João Lisboa Cotta acaba de lançar seu livro Sinceras Ficções. Verdades, inverdades fantasias e análise. O autor é médico cardiologista e mineiro de Ponte Nova, Zona da Mata, como eu. 

domingo, 14 de agosto de 2011

Homenagem aos Pais

  Sempre me emocionei com esse poema.
  Ghiaroni descreve  a comovente realidade do pai envelhecido.
  Que os filhos possam lembrar com ternura e amor toda a 
  dedicação e até mesmo algum sacrifício que os pais  lhes dedicaram.
  



DIA DOS PAIS 

Giuseppe Artidoro Ghiaroni


Meu pai está tão velhinho,
tem a mão branca e comprida,
parecendo a sua vida,
longa vida que se esvai.
E eu o lembro quando moço
de uma atlética altivez.
Ah! Tinha força por três!
Você se lembra, papai?
Menino, ouvia dizer
que você era um gigante.
Eu ficava radiante
e também me agigantava.
Porque toda madrugada,
eu quentinho do agasalho,
ao sair para o trabalho
o gigante me beijava.
Sua grande mão de ferro
parecia leve, leve
naquela carícia breve
que da memória não sai.
Depois… um beijo em mamãe
e o meu gigante partia.
E a casa toda tremia
com os passos de papai.
Mas agora o seu retrato
muito moço, muito antigo,
se parece mais comigo
do que mesmo com você.
Você já lembra vovô
e, à medida que envelhece,
papai, você se parece
com mamãe, não sei por quê.
Você se lembra, papai?
Quando mamãe, de repente,
caiu de cama, doente,
era o pai quem cozinhava.
Tão grande e desajeitado
a varrer… Quando eu o via
de avental, papai, eu ria;
eu ria e mamãe chorava.
Eu quis deixar o ginásio
para ganhar ordenado,
ajudar meu pai cansado,
mas tal não aconteceu.
Papai disse estas palavras:
Sou um operário obscuro,
mas você terá futuro,
será melhor do que eu.
Eu? Melhor que este velhinho
a quem devo o pão e o estudo?
Que é pobre porque deu tudo
à Família, à Pátria, à Fé?
Meu pai, com todo o diploma,
com toda a universidade,
quisera eu ser a metade
daquilo que você é.
E quero que você saiba
que, entre amigos, conversando,
meu assunto vai girando
e no seu nome recai.
Da sua força, coragem,
bondade eu conto uma história.
Todos vêem que a minha glória
é ser filho de meu pai.
“Um dia eu fui tomar banho
no rio que estava cheio.
Quando a correnteza veio,
vi a morte aparecer.
Papai saltou dentro d’água
nadando mais do que um peixe,
salvou-me e disse:_ Não deixe!
Não deixe mamãe saber!”.
Assim foi meu pai, o forte
que respeitava a fraqueza.
Nunca humilhou a pobreza,
nunca a riqueza o humilhou.
Estava bem com os homens
e com Deus estava bem.
Nunca fez mal a ninguém
e o que sofreu perdoou.
Perdoa então se lhe falo
Daquilo que não se esquece.
E a minha voz estremece
e há uma lágrima que cai.
Hoje sou eu o gigante
e você é pequenino.
Hoje sou eu que me inclino.
Papai… a bênção, papai. 

sábado, 13 de agosto de 2011

 Mais  uma promoção da Biblioteca Pública Estadual Luis de Bessa:

Prezados leitores,
 O Setor de Referência e Estudos da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa , tem a satisfação de convidá-lo(a) para a Palestra "Cordel: o vasto mundo da literatura popular na visão de Olegário Alfredo"", dia 31/08/2011 às 9h na sala de cursos do prédio Anexo Prof. Francisco Iglésias - Rua da Bahia, 1889 - Funcionários, conforme convite anexo.

Bahia, 1889 - Funcionários, conforme convite anexo.
 



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