José Rezende Jr. Foi repórter do jornal do Brasil, IstoÉ, O Globo e Correio Brasiliense.Fez sua estréia na ficção em 2005, com o livro A Mulher Gorila e outros demônios. Venceu o Prêmio Jabuti 2010 de Melhor Livro de Contos do Ano com Eu perguntei pro velho se ele queria morrer (e outras estórias de amor), livro em que prosa e poesia se misturam como que fazendo um jogo. Uma das histórias deste livro é Origami. Vejamos um trecho:
“Eram de polos opostos do planeta, mas já à primeira vista pareceram vizinhos, de tão emaranhados destinos e pelos. Eram como se fossem: antípodas siameses. Falavam línguas desencontradas, mas compreendiam um do outro a língua molhada e a linguagem cega das mãos – surdos, mudos e loucos. Nem mais menina nem ainda mulher, a moça tinha vergonha do corpo meio desengonçado, era muito alta, talvez magra demais, e já no instante seguinte invejava o próprio corpo no espelho, a altura esguia, o pontiagudo dos seios, o rosa dos mamilos ocultos pelas mãos do amante estrangeiro. Mostrava seu recato sem pudores, feito virtude sórdida.”
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