Quantas mães, se tivessem esse
poder, trocariam a própria vida pela vida dos filhos? Quantos amantes
fariam isso também? Quem ama, verdadeiramente, sofre com o sofrimento do
amado. Mas não temos esse poder.
Somos vulneráveis diante da
brevidade da vida. Um acidente. Uma doença. Uma queda. E partimos. E
quase sempre não temos sequer o tempo da despedida. Alguns, doentes há
um tempo, conseguem fazê-lo. Ou não. A verdade é que, mais curta ou mais
longa, a vida escapa de nossas mãos.
Quem tem fé acredita em uma
eternidade de amor. Acredita que não somos brinquedos que, velhos ou
estragados, são descartados. Quem não tem fé sofre um pouco mais. Mas
todos sofrem. A ideia de não mais abraçar o ser que amamos, de não mais
conviver, de não mais enlaçar as mãos e os olhares é, certamente,
incômoda.
Bem, se não temos o poder de
prolongar a vida, usemos um outro poder. O poder de dar significado à
vida. De não desperdiçá-la com bobagens e estranhamentos. Quantas
escolhas erradas fazemos. Quantas brigas. Quantas mágoas que cultivamos
pela ausência de maturidade. Tempo desperdiçado. Poderíamos nos ocupar
de contemplar mais a natureza, de dar mais atenção para uma prosa, de
poetizar nossa travessia.
A mãe, minha amiga, chorava de
saudade, não de remorso. O acidente levou-o prematuramente. Mas, no baú
das memórias, ele permanece percorrendo os sentimentos e a mente de sua
mãe. E, quando passar a dor profunda, ficarão os encantamentos de um
tempo que, embora breve, foi belo.
O título já não cumpre o protocolo exato como no início. Abriu-se à Literatura e outras formas de Cultura
quarta-feira, 21 de maio de 2014
Lançamento do livro - Devaneios em nuvens tóxicas - Marcus Vinícius Borges
A Editora Letramento e Livraria Quixote tem o prazer em convidar para o lançamento do livro de estréia de Marcus Vinicius.
DEVANEIOS EM NUVENS TÓXICAS
“ Comprar lâmpadas novas, só o que lhe resta A memória de Luiz, um pouco confusa de uns tempos pra cá, ainda guarda os primeiros carinhos, o pedido de casamento, as datas comemorativas, as trepadas em lugares inusitados, as conquis¬tas pessoais do casal e lamenta sempre não ter tido o derrame no lugar de sua esposa. Lembra-se claramente do banho de cachoeira nas primeiras férias, depois que compraram o tão sonhado aparta¬mento, dos beijos recebidos por ele após ser efetivado como diretor da Faculdade de Ciências Econômicas na Universidade Federal de Minas Gerais. Tudo isso agora é passado e as lembranças doem feito faca afiada no peito do velho. Afeito ao álcool, Luiz se entrega mais e mais aos lábios doces de quem não beija, mas faz cafuné na alma. "
sexta-feira, 9 de maio de 2014
Lançamento de Livro
Dia 20 de maio, às 19 horas, no Ponteio. Lançamento do livro Princesinha, de Mágda Regadas Resende. Estaremos lá!
Abraço, Mágda e sucesso!
JAIR RODRIGUES - POR GABRIEL CHALITA
Gabriel Chalita fala
de Jair Rodrigues:
Jair Rodrigues, um senhor
chamado “alegria”
Jair
Rodrigues de Oliveira partiu para a eternidade nesta semana. Eternizou-se esse
homem pelo talento de cantar aos corações os mais belos sentimentos.Fez ele uma
opção de vida: viver para a alegria. Sorriso largo nos lábios. Gargalhada no
ar, anunciando sua presença. Simpatia contagiante.
Seus
filhos também cantam. Jair de Oliveira e Luciana Mello foram embalados em
músicas e em ações de dignidade, de elevação. Orgulhos do pai. Rebentos que
brilham também sabedores do lindo ofício de cantar.
Elevou-se
o nosso cantor. Elevam-nos pessoas que passam pela vida e que dão significado a
ela. "Se eu não for o homem mais feliz do planeta, sou um deles”.
Chegou,
humildemente, aos programas de calouro, foi crooner pelas vielas dos nossos interiores, cantou a
vitória de nossa seleção na Copa do Mundo do Chile: "Marechal da
Vitória". Vitorioso, brilhou ao lado da genial Elis Regina: "Dois na
bossa". Muitos nas bossas de sua alegria.
Era um
menino. Um eterno menino. Aos 75 anos, um menino. Na alegria e na disposição de
sonhar sempre. Um menino no brincar com a seriedade da vida. Um menino no
entranhar, em si e nas suas posturas cotidianas, a arte que o tomou por digno
mensageiro.
Interpretando
"Disparada", venceu o Festival de 1966: “Aprendi a dizer não /
Ver a morte sem chorar/ E a morte, o destino, tudo/ A morte e o destino, tudo/
Estava fora do lugar/ Eu vivo pra consertar”.
Vitorioso
nos palcos. Vitorioso na vida. “Deus me agraciou”, justificava, assim, suas
vitórias. Tive a honra de entrevistá-lo, algumas vezes, em meu programa de
televisão. Fui homenageado por ele em um aniversário. Sorrimos, juntos,
agradecendo a Deus pela vida. Pela vida que não termina...
Jair da
alegria partiu. Dizia ele: “Agradeço a Deus por ter me dado o dom da música, a
minha luta, a minha perseverança etc. Vou cantar enquanto Deus me permitir. E
acho que Ele vai me permitir sempre.“ Temos certeza que sim!
quinta-feira, 1 de maio de 2014
Morre Nilto Maciel - grande perda para a Literatura do Brasil!
Completamente chocada e terrivelmente triste. Com o feriado, estive relaxando com minha família e só agora fiquei sabendo da morte dessa pessoa admirável, escritor da maior competência! Tenho seus livros autografados , que me enviou com o maior carinho. Eu sempre lhe enviava um comentário e curtia seu blog.
Ah! Nilto, você não merecia o que aconteceu!
Esteja em paz, grande mestre Nilto Maciel!
Martha Tavares Pezzini
NILTO MACIEL NASCEU EM 1945. EDITOR DA REVISTA LITERATURA DESDE DE 1991.
NILTO MACIEL NASCEU EM 1945. EDITOR DA REVISTA LITERATURA DESDE DE 1991.
NILTO MACIEL MORREU SÁBADO, DIA 26 DE MARÇO DE 2014, SOZINHO, VÍTIMA DO CORAÇÃO, EM SUA CASA.
SEU CORPO FOI ENCONTRADO ONTEM, 30 DE ABRIL DE 2014.
NILTO MACIEL SERÁ ENTERRADO HOJE, 1º DE MAIO, EM FORTALEZA - CEARÁ
TRISTE NOTÍCIA PARA A LITERATURA DO BRASIL!
SEU CORPO FOI ENCONTRADO ONTEM, 30 DE ABRIL DE 2014.
NILTO MACIEL SERÁ ENTERRADO HOJE, 1º DE MAIO, EM FORTALEZA - CEARÁ
TRISTE NOTÍCIA PARA A LITERATURA DO BRASIL!
sábado, 26 de abril de 2014
O Poder que não temos - Gabriel Chalita
O poder que não temos
Gabriel Chalita
Recentemente, abracei uma amiga que perdeu seu filho, vítima de
acidente de carro. Ouvi sua dor. Acolhi suas razões pelo sofrimento.
Entre lágrimas, silêncios e algumas tantas palavras, ela me disse:
"Queria ter o poder de morrer no lugar dele, queria ter o poder de
trazê-lo de volta. Era jovem demais para morrer".
Eu apenas a abracei e disse algo sobre o amor amado, sobre o tempo rico da convivência, sobre a partida. E fiquei refletindo sobre o que ela dissera.
Eu apenas a abracei e disse algo sobre o amor amado, sobre o tempo rico da convivência, sobre a partida. E fiquei refletindo sobre o que ela dissera.
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