quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Por que? - Arsênio Flávio de Souza Lima

    Diretores do jornal Alfarrábios, de Matozinhos: Antônio de Pádua Drumond,    Arsênio Flávio de Souza Lima, Celso Santos e Lincoln Pezzini

 

 

 

 Recebi hoje uma mensagem de um amigo lembrando o trágico desaparecimento de Arsênio. Eu, meio que sumida, no blog por diversos motivos e desencontros do relógio, estou aqui me juntando ao Luís numa  homenagem à lembrança  do poeta que prematuramente nos deixou. 

Luís fala da fatalidade daquele dia. Arsênio estivera em São Pedro dos Ferros no meu casamento e eu acabara de me estabelecer em Matozinhos. Era um dia de festa, o casamento da sua irmã. E no auge da alegria três jovens  tiveram suas vidas colhidas como frutos ainda  em flor.

 "Por que? - Arsênio Flávio de Souza Lima":

Marta, hoje, dia 04.01 de 2012, completam 43 anos sem Arsênio. Naquele 04 de janeiro de 1969, tinha festa preparada para a inauguração da luz de mercúrio na Praça Bom Jesus. Na frente da prefeitura, um tatame para uma luta, patrocinada pelo município. De manhã, tivemos um casamento... Depois, não tivemos mais nada.
Falo de Arsênio com as pessoas com quem convivo, com o mesmo entusiasmo que falo de D. Nilse, de D. Maria Zélia e da rata que dei com Baby numa noite de prova.
Eu tinha essa poesia num livro que o próprio Arsênio me deu naqueles idos do século passado. Tenho lembranças memoráveis desse moço e, pelo menos dois ensinamentos que, desde 1966 se tornaram a minha filosofia.
Te saludo atentamente.
Luis

 

                                 Por que?
                     Arsênio Flávio de Souza Lima

Não sei  porque, não sei mesmo porque, querida,
Fui gostar de você, fui gostar tanto assim...
Sozinho eu penso que existem coisas na vida
Um tanto  sem sentido, sem princípio e fim.

Foi tudo de repente... estava comovida!
Olhava seu modo estranho de olhar pra mim:
E num momento veio a simples despedida,
Tão depressa eu parti, como depressa eu vim.

Agora é que sentindo o tédio que me invade,
Vejo  o céu metralhado e covinhas na face
Num sentimento estranho e imenso de  saudade.

E pergunto a mim mesmo, sem saber porque,
- Como se o tempo que passou não se passasse –
A razão de eu gostar tanto assim de você...


 http://marthatavaresspf.blogspot.com/


    Do poeta Paschoal Motta:

"AH... O Arsênio! Fica um verso de um texto meu: "... não é bom falar de quem não volta mais..." E não temos como esquecer Arsênio. TENHO a figura dele como se o tivesse visto hoje pela manhã..."
E nós, que ainda esperamos, é que ficamos SOS."

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