terça-feira, 10 de maio de 2011

Pirenópolis homenageia poetisa Cora Coralina

A expectativa é que a Flipiri, que este ano vai homenagear a poetisa Cora Coralina, receba cerca de 20 mil visitantes. O evento se estenderá até o domingo (15).
Da Redação, com agência

Brasília – A 3ª edição da Festa Literária de Pirenópolis (Flipiri), que começa na próxima quarta-feira (11), quer mostrar que é possível promover a inclusão das pessoas, nos âmbitos social e cultural, por meio da leitura.

O secretário municipal de Cultura de Pirenópolis, Gedson Edmar de Oliveira, explicou que a Flipiri não tem por objetivo vender livros e, sim, formar leitores. “Não é uma feira literária. É uma festa literária. E, a cada ano, nós estamos formando leitores e bibliotecas nas escolas e nos povoados, fomentando a leitura e fazendo de Pirenópolis e região uma cidade de leitores”.

Segundo Oliveira, nesta edição, foi feito um trabalho direto com 5,6 mil alunos da rede pública de ensino e com os professores das escolas municipais e estaduais, incluindo a sede do município e mais dez povoados situados na zona rural. Os alunos receberam previamente livros de escritores que estarão na festa e estão, agora, recebendo a visita deles nas escolas, para os quais apresentam releituras das obras, leituras dramáticas e encenações teatrais.

A inclusão dos moradores da zona rural e do entorno da cidade vem sendo promovida ao longo das últimas edições, de acordo com o secretário de Cultura. Segundo Oliveira, a organização da Flipiri vem, inclusive, recebendo pedidos de municípios vizinhos, entre os quais Jaraguá, Corumbá de Goiás e Alexânia, para serem incluídos na festa. “É uma festa que está crescendo para os lados. Em vez de buscar o glamour, a mídia, a gente está crescendo para os lados e com a construção sendo realizada com a sociedade”.

Oliveira ressaltou também que a Flipri não é um evento que usa o município apenas como cenário. “Ela [a festa literária] é planejada durante todo o ano juntamente com os professores, os gestores e os fazedores de cultura da cidade. Ela fica com a cara da cidade”.

A expectativa é que a Flipiri, que este ano vai homenagear a poetisa Cora Coralina, receba cerca de 20 mil visitantes. O evento se estenderá até o domingo (15) e deverá contribuir também para movimentar a economia da cidade, conhecido destino turístico do estado de Goiás, localizado a cerca de 140 quilômetros de Brasília. A festa contará com a presença de 46 escritores da própria cidade, de Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

A programação é inteiramente gratuita e inclui apresentações teatrais e musicais, saraus, contadores de histórias e bate-papos. A festa ocupa vários espaços da cidade, como o Theatro de Pirenópolis, o Cine Pireneus, o Museu do Divino, a Praça da Leitura, as ruas do centro histórico e alguns restaurantes.

A festa contará com a presença de escritores e amigos de Cora Coralina e de estudiosos de sua obra, que farão a leitura de trechos de seus poemas, contarão histórias e participarão de bate-papos com os visitantes da Flipiri. Algumas presenças já foram confirmadas como a do neto da poetisa, Paulo Salles; da presidente da Associação Casa de Coralina, Marlene Vellasco; do escritor, médico e amigo de Cora, Heitor Rosa; e do escritor goiano Elder Rocha Lima. O poeta e cordelista João Bosco Bezerra Bonfim lançará, na festa, um cordel feito em homenagem a Cora Coralina.

Esta edição da Flipiri tem o apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que considera a feira uma oportunidade de democratização do acesso à cultura. As informações são da ABr.


 Enviado por Paschoal Motta

Arsênio Flávio de Souza Lima

Arsênio Flávio de Souza Lima

Lincoln Pezzini

Conheci  Arsênio em Matozinhos, MG.  Ele se mudara para lá e apesar da pouca idade  se integrou ao  nosso grupo de amigos. Num tempo em que começavam a surgir as chances para o progresso intelectual  nas pequenas cidades do interior, éramos considerados a elite cultural, numa localidade onde poucas pessoas  haviam tido chance de estudar. 
No início da Escola Nossa  Senhora de Fátima e depois do Colégio Estadual, todos nós fomos professores: Arsênio lecionou Português,  por pouco tempo;  Antônio,  lecionava Matemática  e eu, Geografia (tema que sempre me apaixonou)  e até  mesmo Matemática.
Nessa convivência, Arsênio já se destacava pela sua capacidade literária e principalmente, poética.  E das nossas  longas conversas  surgiu a idéia de fundarmos um jornal em Matozinhos. O nome escolhido foi  Alfarrábios  - por acaso, sugerido por mim. O jornal circulou por alguns anos com a participação dos quatro diretores:
      - Arsênio Flávio de Souza Lima
      - Lincoln Pezzini
      - Antônio de Pádua Drumond
      -  Celso Santos
 Em 1964, Arsênio lançou seu livro de poemas Visão , onde homenageia  Matozinhos  que chama de “seu segundo lar”.
 Naquela  cidade que ele tanto amava, um trágico acidente colocou um ponto final na sua curta vida e trajetória  poética.

 Lincoln Pezzini, maio, 2011

segunda-feira, 9 de maio de 2011

EF  Desejos  EF  
              
     Arsênio Flávio de Souza Lima

  Hoje eu quero chorar! Eu preciso sentir
  Que tenho também dentro do semblante frio,
  Uma lágrima qualquer, que queira existir
  No meu peito de ferro, gelado e vazio.

  Hoje eu quero e preciso, em vez de sorrir
  Meu sorriso fingido e de ironia, um fio
  Que desça pela face e vá subsistir
  Como um regato manso que mais tarde é rio.

  Há desejos estranhos  no pensar da gente:
  De indiferença e gelidez vem a vontade
  De chorar de amargura, assim tão de repente.

  Por isso é que hoje quero – (e já nem sei porquê) –
  Chorar... Chorar bastante, enquanto houver saudade,
  Tristeza e solidão... e não me houver você.


EF  EF  EF  EF  EF  EF 


   Martha Tavares Pezzini
   Blog: Sobre Livros e Autores

  http://marthatavaresspf.blogspot.com/

domingo, 8 de maio de 2011

       Z

                  Homenagem às mães

                  Carlos D. de Andrade

                  Por que Deus permite
                 que as mães vão-se embora?
                 Mãe não tem limite,
                 é tempo sem hora,
                 luz que não apaga
                 quando sopra o vento
                 e chuva desaba,
                 veludo escondido
                 na pele enrugada,
                 água pura, ar puro,
                 puro pensamento.

                Morrer acontece
                com o que é breve e passa
                sem deixar vestígio.
                Mãe, na sua graça,
                é eternidade.
                Por que Deus se lembra
                - mistério profundo -
               de tirá-la um dia?
               Fosse eu Rei do Mundo,
               baixava uma lei:
               Mãe não morre nunca,
               mãe ficará sempre
               junto de seu filho
               e ele, velho embora,
               será pequenino
              feito grão de milho.

     Z







sábado, 7 de maio de 2011

S.O.S.

S.O.S.

Nossa BR-381, rodovia que vai de Belo Horizonte à divisa do Espírito Santo, detém o lamentável título de Rodovia da Morte. Em 2010 teve 116 acidentes com perdas de vida, número mais alto do país. Em todo o percurso mineiro da 381, ocorreram 334 mortes, um quarto do total registrado no estado, no ano que passou.. Também no trecho da BR-040, em Minas, terceiro mais violento do Brasil, morreram 217 pessoas.
Absurdo! As duas estradas juntas foram responsáveis por 41% das vítimas das BRs no estado!
Entre BH e João Monlevade a BR-381 é o pior trecho, uma vergonha para a engenharia nacional  e para as lideranças mineiras que não conseguiram até hoje o duplicação da pista e o desarme de inúmeras  armadilhas que se apresentam ao longo daquela estrada. 

Martha Tavares Pezzini

marthatavaresspf.blogspot.com


quinta-feira, 5 de maio de 2011


JOGAR BRIGDE
Geraldo Reis

eu e a rainha
nunca fomos jogar bridge às margens do Rio das Velhas
a rainha era triste
e eu inventava tristeza de menino abandonado
eu tinha os olhos perdidos à beira do cais
as mãos ancoradas numa espécie de porto sem navios.

eu e a rainha - que tristeza -
nunca fomos jogar brigde às margens do Rio das Velhas
nunca tivemos um fim de noite depois de uma sessão de gala
nunca nos escoramos na carne viva após a tempestade
nunca soubemos de nossas predileções além de um copo d'água
eu e a rainha nunca soubemos
mais do que um copo dágua de predileções

e ela nunca me contou estórias de dormir
ou conheceu comigo quartos de pensões
e ela nunca me embalou com sua fala de sereia
nem nunca me seduziu com seu corpo de surpresas
e eu daria tudo por uma partida de bridge
pela madrugada
dentro dela
mas ela não sabia nem jogava bridge

eu e a rainha não pudemos conhecer nossas predileções mais íntimas
e imaginamos viagens através de nossos rios
imaginamos viagens através de nossos campos
e apenas batemos palmas à porta de nossas alegrias

ela bordou deveras uma cascata ao longo do vestido
e eu tantas vezes sonhei dormir naquelas águas
mas nunca jogamos bridge ao longo dos horizontes
e ela fitava os horizontes mais que tudo
demorava um dia todo à beira d'água

e eu me sentia
mais por isso
irmão das águas
o irmão menor de todos os rios do mundo.

(Extraído da ANTOLOGIA POÉTICA II, Interlivros de Minas Gerais Editora / 1977 - pág. 56 / 57).

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Notas

- Mulheres em Letras
 3º Colóquio e 1º Encontro Nacional Mulheres em Letras, tendo como tema"Escritoras de ontem e de Hoje". 
Coordenação de Constância Lima Duarte, professora e autora. De amanhã a sábado, na Faculdade de Letras da UFMG, câmpus Pampulha. Entrada franca. Programação completa e informação pelo site: www.mulheresemletras.com.br 
 
- Pensar/escrever o animal
 "Animais, animalidade e os limites do humano" - colóquio internacional,   teve início  hoje, na Biblioteca Luiz de Bessa, com palestra e lançamento do livro Pensar/escrever o animal, de Maria Ester Maciel.
A partir de amanhã, 5 de maio, o evento acontecerá na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG (Face), auditório 2.
Informações: zoocolóquio.ufmg@gmail.com

http://marthatavaresspf.blogspot.com/