segunda-feira, 13 de março de 2017

Esta não podia deixar passar! Almir Zarfeg para Martha Tavares Pezzini



Almir Zarfeg, grande poeta, tinha que ser baiano, como bom baiano, ser um gentleman e generoso em elogios! Senti-me honrada com suas palavras. Obrigada e Viva Água Preta!
 
“Por onde andei levei meus sonhos”, obra de Martha Tavares Pezzini
Eis que, para minha alegria, os Correios entregaram aqui em casa, hoje à tarde, um exemplar de “Por onde andei levei meus sonhos”, da minha amiga e confreira Martha Tavares Pezzini. Finalmente!
Publicado em 2015, o livro reúne textos (crônicas, impressões e poemas) que Martha publicou no blog “Sobre Livros e Autores”. Há textos meus lá também, gentilmente reproduzidos por Martha. Grato, amiga.
Assim que mantive contato com o livro, agora à noite, já fui lendo algumas crônicas – “Conversa com meu pé de goiaba”; “De repente, o amor!”; “Uma rua chamada Lembrança”, etc. –, todas uma delícia de se ler e guardar: leves, coloquiais e marcantes.
Reservados à segunda parte do livro, os poemas também merecem os adjetivos que dediquei às crônicas: LCM!
Gostei de todos, dos quais cito o último, intitulado “Teimosia”:
“Obstinada,
Teimo em escrever.
Seduzo as palavras
E depois leio para crer!”

Enfim, um pequeno achado metapoético. Uma obra-prima em miniatura. De maneira que eu discordo frontalmente da nobre confreira: você é poeta, sim, e das boas. Meus parabéns!
[Almir Zarfeg]

sábado, 11 de março de 2017

Texto - Martha Tavares Pezzini


  
      Texto para o novo livro, incompleto:




    "Nasci e cresci numa pequena cidade na Zona da Mata de Minas Gerais, um recanto encantado, cercado por montes que pareciam  cobertos por uma mantilha verde. Sentia-me segura naquele pequeno mundo. Podia andar pelas ruas pois todos sabiam quem eu era, onde morava e conheciam minha família.
     Minha mãe era uma mulher inteligente, que pensava muito à frente do seu tempo e do ambiente em que vivia. Sempre quis buscar outros espaços, ir ao encontro de novas oportunidades para os filhos. Entretanto só saí da minha cidade, de maneira definitiva, quando me casei. Naquela época o progresso começava a acelerar, a Guerra Fria era a pauta, vivíamos a Ditadura, no Brasil e o Homem pisou o solo da Lua em 1969. Havia deixado meu refúgio, família e muito amor, e  corria atrás de mim mesma, do meu lugar. Vivi intensamente, amei muito, me doei, tive muitas decepções, sofri, errei, acertei, estudei, tive quatro filhos, viajei, aprendi e amadureci. " MTP

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Sentimento Adormecido - Marttha Tavares Pezzini



Sentimento adormecido
    


Sentimentos ficam adormecidos naqueles espaços interiores dos quais nem imaginamos a existência. Por mais que passe o tempo há sempre o risco de que ressurjam em lembranças de uma felicidade que foi vivida ou apenas sonhada. É comum querermos rever pessoas que participaram, um dia, da nossa vida deixando-nos sua marca. Gostaríamos de saber onde estão, como estão, o que fazem...
      Um dia recebi um telefonema de uma mulher que se identificou e disse que havia conseguido meu telefone com uma conterrânea minha. Chamava-se Raíssa e queria me contar que havia sido namorada do meu irmão quando era muito jovem e como aquele amor havia marcado sua vida. Fiquei comovida.
      Agora, já nem me lembrava mais daquela história, quando, novamente, ela voltou à tona, tão surpreendente como antes. Estava na fila do caixa de uma movimentada drogaria quando vi uma bela senhora vindo em minha direção. Com um sorriso me perguntou: - Você é a Martha? – Como nunca a havia visto perguntei-lhe de onde me conhecia. Ela me disse – Sou Raissa. Imediatamente me lembrei...  Parece que havia necessidade de termos esse encontro. Contou-me que havia acompanhado todas as notícias sobre o recente lançamento do meu livro, via as fotos nas redes sociais da filha e dizia que eu era uma amiga... 
        Como esqueceria aquela mulher que apesar de tantos anos, já passados, desejava conhecer alguém da família da qual, um dia, poderia ter vislumbrado fazer parte?
        Quando recebi seu primeiro telefonema fiquei muito surpresa.  Havia  lido o meu primeiro livro sobre nossa genealogia e histórias conhecendo, assim, um pouco da família. Mas Raíssa queria mesmo era falar do seu namoro com meu irmão, quando ela era quase uma menina. Senti que ela sentia necessidade de expressar aquele sentimento guardado por tantos anos, com alguém que estivesse ligado à pessoa amada. Enquanto me falava daquele namoro era como se eu visse passar  as cenas e era envolvida por uma aura de romance e ternura.  Aquele amor havia sido muito forte para ela e jamais esquecido. Perguntou-me se a considerava louca. Como poderia, se estava emocionada com o seu carinho e a lembrança do meu irmão querido? Essas recordações perdurando após tanto tempo, essa determinação em passá-las para mim, deixou ainda mais forte a certeza que sempre existe em nossa vida, um amor insuperável e quase eterno!
     Raíssa se despediu. Não podia demorar, pois aguardava o neto que iria almoçar com ela.
MTP