sábado, 13 de agosto de 2011

Star Wars, forever

O Conselho Jedi Minas irá realizar a 2ª edição da maior convenção de Star Wars de Minas Gerais!
A 2ª Jedicon Minas visa promover um dia inteiro de confraternização, repetindo o sucesso da primeira edição deste evento bienal, que foi inesquecível para todos!

Para os fanáticos, como uma turma que conheço bem, ótimo momento para "troca de figurinhas" e muita curtição!








sexta-feira, 12 de agosto de 2011

    Pingos e respingos

  •      Do dia 1º a 11 de setembro será realizado na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte, o Salão do Livro Infantil e Juvenil de Minas Gerais. Contará com as presenças de Luis Fernando Veríssimo, Affonso Romano de Sant'Ana e Ferreira Gullar que falarão sobre suas experiências literárias. Quem promove é a Câmara Mineira do Livro.
  •       A 4ª Feira Universitária do Livro da UFMG será de 17 a 19 de agosto na Praça de Serviços do campus Pampulha com barracas funcionando das 9h às 20h. Os livros serão vendidos com 50% de desconto.  Algumas editoras universitárias presentes: Fundação João Pinheiro, a Oficina de Texto e a Imprensa Oficial do Estado de SãoPaulo. 
  •       Para comemorar 45 anos de carreira, Pe. Zezinho está lançando CD e DVD gravados ao vivo. A homenagem fica. Autor de mais de 1.800 canções, Pe. Zezinho já vendeu cerca de 40 milhões de cópias em todo o mundo.
  •       A Divisão Cultural do Livro acaba de lançar uma adaptação do clássico de Alexandre Dumas Os Três Mosqueteiros, em que a história de Dartagnan e seus amigos é contada em apenas 128 páginas  e com letras grandes. Quem reconta a memorável aventura é Silvana Salerno e as ilustrações são de Laurent Cordon. 
  •       A Nova Fronteira está lançando duas obras inéditas do consagrado Rubem Fonseca. Um livro de contos, Axilas e Outras Histórias Indecorosas e o romance memorialista, José.



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Uma rua - Martha Vieira Tavares Pezzini

    
   Quero compartilhar com vocês um trecho das lembranças da rua em que vivi. Um lugar onde fui feliz.   
                     
                            Uma   Rua 

     Na entrada da cidade, paralela ao ribeirão, comprida,  empoeirada ou enlameada dependendo do tempo, minha rua está na minha lembrança. Suas casas na maioria, pobres e velhas, algumas ainda de adobe. A poeira cobria as paredes e ocultava a cor, se é que um dia houve cor...  Raramente surgia uma construção nova trazendo um ar de progresso, com suas paredes íntegras e pintadas.
     

Seus moradores eram gente simples mas de respeito, filhos de fazendeiros, imigrantes, comerciantes, funcionários. Por muitos anos permaneceu assim, com suas famílias conhecidas por todos bem como seus antepassados, alguns destes já tendo morado, também, por lá.
   Com o tempo aconteceu a  chegada de  famílias vindas de outras cidades, trazendo suas histórias de vida que em pouco tempo já seriam conhecidas de todos. Pouca coisa ficava  escondida, naquela época numa cidade tão pequena. 
    Nas vendas onde se podia comprar quase tudo  parecia  que o ítem mais vendido era a cachaça. Pães, bolos e doces, eram comprados sem a menor preocupação com a origem e outros detalhes de higiene e validade, hoje tão observados.
    Minha casa era simples, grande, cuidada, fresca e limpa. Acolhedora com seu piso de tábuas largas que variavam de um cômodo para outro. O quintal grande com muitas árvores, uma horta e um jardim e animais domésticos: galinhas e porcos.
    As janelas da frente estavam sempre fechadas para minimizar a poeira que entrava com a passagem dos veículos. Era comum, molhar a rua em frente à casa para atenuar o transtorno causado pelo pó. Havia também o costume de colocar cadeiras no passeio, onde se sentava para conversar.   
    O trânsito, considerando-se a época, era de intensidade razoável, pois sendo a única rua de acesso à cidade, todos os veículos  passavam por ela. O que mais chamava  a atenção eram as carretas que transportavam as toras, produtos do desmatamento.  Não acordara, ainda, para a  visão do dano que  se instalava em nome do progresso ou enriquecimento de quem o promovia. O diâmetro daqueles troncos causava grande admiração... Hoje, imagino como seria a visão daquelas árvores em todo o seu vigor e beleza e me decepciono ante a dureza do homem ao destruí-las insensivelmente.
       Era tão comum ver homens embriagados nas suas vendas, caídos pelo chão, ou mal conseguindo trocar os passos que eu julgava ser aquela uma opção ou o tipo de vida daquelas  pessoas. Uma vida que julgava ser paralela a que eu vivia.  Criança, nada sabia sobre a complexidade da vida e menos ainda sobre o drama do alcoolismo como doença.
     Essa rua guardava com orgulho, um casarão de cor já indefinida, onde toda uma geração realizou a metamorfose mais bela e decisiva que acontece ao homem: o discípulo  moldado nas mãos do mestre.
     Francisco Alves de Souza – Sô Mestre, como era chamado, foi nomeado pelo Estado  e dedicou toda a sua vida a educação. Reconhecidamente foi dado à rua o nome de Rua da Instrução. Justo seria que fosse o nome do professor ou do seu filho, Clementino Lopes, que foi seu auxiliar no ensino, criou sua família  e viveu no casarão até a velhice.
     Ao lado do casarão havia uma subida até a estrada de ferro que nós chamávamos de linha. As crianças gostavam de ver a passagem do trem. Aquele monstro de ferro, bufando, resfolegando e apitando estridentemente, despertava-lhes uma emoção misto de medo, prazer e alegria. E lá ficavam elas, pura adrenalina, acenando para os passageiros em meio a grande algazarra.
    Os sons de uma rua... como esquecer? Estão gravados,  em meus ouvidos. Ora alegres, ora dramáticos. John Lenon sentiu o mesmo: “Penny Lane  in the  my  hears and my eyes...”
     O apito do trem; o barulho da chuva... como chovia, meu Deus! Adorava olhar pela janela a enxurrada correndo cor de barro ou a água que descia do telhado escorrendo de telha a telha; crianças brincando no meio da rua - carrinhos de rolimã, pique , cantigas de roda; o batido ritmado da bigorna na tenda dos Ferrarezzi. Sempre quis saber o porquê  de ser chamado de tenda aquele galpão de trabalho; os congados, em sua época, encantando o povo, trazendo todos às janelas.
     O tempo devastador passou e seus moradores, tiveram de fazer  escolhas que encaminharam suas vidas para outras ruas, praças, cidades onde certamente haveria outros sons mas não haveria a mesma felicidade.   
     O nome da minha rua foi mudado. Sem respeito à história, à tradição e sem pensar que aquele pedaço de chão é também um pedaço da vida de muitos.
      Minha casa não existe mais, como muitas outras. Só em sonhos e nas lembranças...
                                                            Martha Tavares Pezzini

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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Clarice Lispector

Parte II

Mais algumas pérolas  de Clarice!  

Não  tenho  tempo  para  mais  nada...      Ser  feliz  me  consome  muito.

Sou  como  você  me  vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como  uma ventania:  depende de quando e como você me vê passar.

Eu  acreditava  em  anjos. E,  porque  acreditava,  eles  existiam.

Perder-se  também  é  caminho.

Todos  os  dias,  quando  acordo,  vou  correndo tirar a poeira  da  palavra “amor”.

Há  a  vida  que  é  para  ser  intensamente  vivida. Há o amor, que tem que ser vivido até a última gota.     Sem  nenhum  medo.  Não  mata.

Sempre  conserve  uma aspa  à  sua  esquerda e  outra  à sua  direita.


Tenho medo de dizer quem sou: no momento em que tento falar, não  exprimo o  que sinto  e o que sinto se  transforma,  lentamente,  no  que  eu  digo.

Que  medo  alegre  o  de  te  esperar!

Quando se ama, não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós.

Eu  nem  entendo  mais  aquilo  que  entendo. Pois, estou infinitamente maior do que eu mesma...  então, não me alcanço.

Clarice Lispector

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Protesto Aldravista



    Domingo, 7 de agosto, em Mariana, MG, os Poetas Aldravistas, J. B. Donadon Leal, Gabriel Bicalho, J. S. Ferreira e Andreia Donadon Leal, protestaram de maneira diferente: deixando caixotes com  livros de suas autorias em cinco praças do Centro Histórico da cidade. Uma tentativa de chamar a atenção do poder público municipal e pedir incentivo para o "patrimônio humano". Os locais  escolhidas foram as praças da Sé e Gomes Freire, os largos das igrejas São Pedro e São Francisco de Assis e o terminal turístico.


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