sexta-feira, 1 de abril de 2011

Poesia e Ação III


A Poesia, figurada e transfigurada no poema, pode ser um processo capaz de fazer um homem voltar sobre si mesmo e de buscar, nessa volta, uma mais nítida compreensão de suas virtualidades como integrante de um Universo em constante mutação, e desvios de sua condição de realizador e consumidor, ao mesmo tempo, de valores íntimos, pessoais.
  Ser poeta representa para mim levar a outro aquilo que ele esqueceu de sentir ou compreender, sem saber como dizer. A Poesia é marca de presença na vida, atuante.  E a vida poderia ser melhor, mais vida, na medida mesma em que as pessoas participassem da Arte. Considerando que a Poesia é uma busca de origens humanamente autênticas, através da linguagem específica, transfigurada e transfiguradora, o homem nela se renovará e encontrará sua infância, suas raízes sentimentais, sem melhor jeito de mentar, de curtir a existência e reinventá-la.
Viver Poesia é um encontrar-se num estágio de constantes descobertas, redescobertas, alumbramentos e perquirições. A Poesia proporciona essa volta às nossas origens menos maculadas – se quiser – menos poluídas de nossos estados anímicos. A Poesia está no prefácio das manifestações humanas e o haverá de acompanhar em todos os seus caminhos através do Universo, pelos séculos.
  Infelizmente, ainda brigamos contra as forças destrutivas da fome, principalmente a fome do estômago. Tenho fé que um dia a Poesia, como manifestação essencial da Arte, será consumida como gênero de primeira necessidade, para sobrevivência neste Planeta do ser integral. Fará falta a Poesia para a inteligência, como o ar e a água para o corpo. Como o arroz e o feijão. Como o petróleo e a energia solar, para que o homem mantenha vivos, sempre, seus sentimentos. 

  Paschoal Motta
  Continua...



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quarta-feira, 30 de março de 2011

Paschoal Motta
UM PARDALZINHO NA CHUVA

Na chuva imprevista da uma da tarde, um pardalzinho (porque deve ser muito jovem) não se importa e nem contenta com os frios pingos caídos do céu e se refestela próximo dos “espirros” da água pluvial jorrada, de uma manilha no muro, no passeio quase defronte onde estou.

Voa rasteiro para espanejar a água das tenras penas até quase o meio da rua. Pardal, bicho atrevido desde pequeno. Escapuliu dos cuidados maternos e está mandando ver... concluo, também alegre com o bichinho. Curtimos a Natureza.
E volta e se molha nos esguinchos da água da manilha e corre até quase no meio do asfalto da rua, se sacudindo frenético. E eu de cá, roendo de inveja da liberdade no feliz.
Justo, um táxi surge do nada! Mais branco que meu susto. E o pardalzinho, de costas, se diverte, nem aí. E o carro veloz e o pardalzinho brinca, senhor do pedaço. Fecho os olhos. O carro passa, escuto até a máquina virar na esquina. Espero um pouco ainda. O coração não sossega, aos pulos. Preciso encarar a realidade da cidade grande. O bichinho pode precisar de ajuda urgente. Faço alguma coisa, ou me desespero depois, arrependido. Diacho, por que fui chegar ao portão da rua?!
Abro os olhos, e o banhista da tarde corria para os espirros da água no passeio e  voava rasteiro até a rua, indiferente também aos roncos de um enorme jato sobre nossas cabeças... 
Lá para os lados da Serra da Piedade, o sol também brincava de rabiscar sete cores num imenso arco... e eu ainda assustado. Ahhh, o diabinho do filhote de pardal quase me mata!

(BH, 23/2/2006)



Martha Tavares Pezzini

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terça-feira, 29 de março de 2011


Livro da maior riqueza literária e histórica, em busca de uma editora.

 Mais dois comentários sobre o livro  Eu, Tiradentes - de Paschoal Motta



JEANETE LINO SILVA de Belo Horizonte, MG: 
“Paschoal Motta estaria entre os escritores críticos tais como Haroldo de Campos, Italo Calvino, Erza Pound dentre outros, conforme aponta Leyla Perrone-Moysés no artigo Escolher e/é Julgar, para quem o olhar, o interesse pelo passado existe em função do presente. E nesse sentido é que tais críticos se debruçam sobre o passado e pinçam neles os seus textos clássicos, as matrizes que orientam ou suscitam sua escrita. Pelo menos no que se refere a uma historiografia literária, o autor de EU, TIRADENTES pode oferecer subsídios valiosos.” (EU, TIRADENTES: Uma Leitura Poética do Mito da Inconfidência. Dissertação de Mestrado/UFMG)


MAGALY TRINDADE GONÇALVES, de Jaboticabal, SP. Professora, ensaísta:   “É pena que Paschoal publicou EU, TIRADENTES no Brasil, pois se tivesse publicado na Inglaterra, nos Estados Unidos, por exemplo, teria tido uma repercussão muito grande. É um livro de estatura universal. É um livro difícil de ser criado porque é sobre uma figura histórica - é difícil lidar com o herói histórico. Facilmente o autor pode ser acusado de endeusar a figura histórica. Paschoal cria um Tiradentes na medida certa, como fez B. Shaw com a Joana D'Arc. Tiradentes é humano e é herói, por isso sou fascinada pelo seu livro. Prometo divulgá-lo conforme puder.


Martha Tavares Pezzini
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  Tatiana Salem Levy é a convidada de hoje do Ofício da Palavra, a partir das 19h30, no Museu de Artes e Ofícios, na Praça da Estação. A entrada será franca.

   Tatiana lançou seu primeiro romance A Chave da Casa, em 2007. Em 2008, pelo mesmo livro, recebeu o Prêmio São Paulo de Literatura, na categoria Melhor Livro do Ano - autor estreante, tendo sido, ainda, um dos finalistas do Prêmio Jabuti, no mesmo ano. 



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JOSÉ ALENCAR

  
      "Eu não tenho medo da morte.

                  Da desonra, sempre tive."

                                          José Alencar


   Faleceu há pouco, nosso ex vice presidente José Alencar. 
   Todo o Brasil acompanhou sua luta pela vida. Nunca desanimava nem perdia a esperança.
   A cada intervenção a que se submetia torcíamos pela sua vitória. E ele voltava de cabeça erguida e sorriso 
   nos lábios. Sua fé em Deus era uma marca e uma força que o animava, e nos contagiava.

    Descanse, merecidamente, José  Alencar, nos braços do Pai! 

    Martha Tavares Pezzini






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 É um grande  prazer usar esse espaço para o bem. A oração é uma força. Sem ela ficamos menores e suscetíveis ao mal que nos cerca. Maria, como mãe de Jesus, é nossa defensora.Conte com ela.

Pra você ter seu nome inscrito:




Que Deus te abençoe.


   Martha Tavares Pezzini
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segunda-feira, 28 de março de 2011

STADIUM, STÊIDIUM, ESTÁDIO?



Paschoal Motta

MAIS uma vez, radialistas voltam a demonstrar atávica mentalidade subserviente, pronunciando STÊIDIUM a palavra STADIUM inscrita em muitos estádios em países de Língua Inglesa. Isso confirmado na transmissão radiofônica, hoje, de uma partida de futebol, em Londres, da Seleção Brasileira.

É evidente que, nos países de idiomas do “galho” germânico, o Latim é pronunciado com sotaque da língua nativa onde é empregado. E isso é comum e aceitável. E como respeitam e veneram o idioma que legou à Humanidade generosa e perene cultura!

Não será necessário que um jornalista saiba, a fundo, a Língua Latina, mesmo sendo ela nossa matriz linguística. Pelo menos, desconfiar que aquele STADIUM não é palavra inglesa. E que nós de cultura neolatina
teremos a vaidade, o orgulho, de pronunciar esse termo e outros, como,
no mínino, com a pronúncia aportuguesada.

Seria o simples, o decente, o etimológico nossos coleguinhas desprevenidos saberem que somos herdeiros da língua de Virgílio, Cícero, Catullo, Horácio e tantos outros de quem tivemos o privilégio de descender culturalmente.

Estarei querendo muito?

Mas, não. Precisamos comprovar ao Planeta que somos subservientes até na medula dos ossos, e nossa reafirmação se constatará no arremedo inconsciente do estrangeiro... para não dizer imbecil. Não os chamo de macaquitos, como fazem argentinos (e com toda razão) e outros para não ofender nossos irmãos ainda no estágio primata do desenvolvimento...

Será que esses jornalistas passaram, por alguma faculdade, ainda que dessas que vendem diplomas?

Será que esses colegas não têm um editor com um mínimo de domínio do Sistema Linguístico Português, sua ferramenta principal de trabalho?

Será que não contam com algum colega que os advirta da babaquice que andam aprontando?

O diretor da empresa jornalística? O presidente dessa empresa?

E pronunciam STÊIDIUM, com voz de senhores poderosos da cocada.

De envergonhar.

De Gaulle, o general da Resistência Francesa contra a invasão nazista, já percebeu que nós não podemos ser levados a sério. É dose, e comprovável!

Depois, querem que sejamos respeitados no concerto das nações. Aí, já é demais... Mas querem. E insistem, com renitência de invejar...


Paschoal Motta, BH, escritor, jornalista, professor



Martha Tavares Pezzini 
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