segunda-feira, 28 de março de 2011

STADIUM, STÊIDIUM, ESTÁDIO?



Paschoal Motta

MAIS uma vez, radialistas voltam a demonstrar atávica mentalidade subserviente, pronunciando STÊIDIUM a palavra STADIUM inscrita em muitos estádios em países de Língua Inglesa. Isso confirmado na transmissão radiofônica, hoje, de uma partida de futebol, em Londres, da Seleção Brasileira.

É evidente que, nos países de idiomas do “galho” germânico, o Latim é pronunciado com sotaque da língua nativa onde é empregado. E isso é comum e aceitável. E como respeitam e veneram o idioma que legou à Humanidade generosa e perene cultura!

Não será necessário que um jornalista saiba, a fundo, a Língua Latina, mesmo sendo ela nossa matriz linguística. Pelo menos, desconfiar que aquele STADIUM não é palavra inglesa. E que nós de cultura neolatina
teremos a vaidade, o orgulho, de pronunciar esse termo e outros, como,
no mínino, com a pronúncia aportuguesada.

Seria o simples, o decente, o etimológico nossos coleguinhas desprevenidos saberem que somos herdeiros da língua de Virgílio, Cícero, Catullo, Horácio e tantos outros de quem tivemos o privilégio de descender culturalmente.

Estarei querendo muito?

Mas, não. Precisamos comprovar ao Planeta que somos subservientes até na medula dos ossos, e nossa reafirmação se constatará no arremedo inconsciente do estrangeiro... para não dizer imbecil. Não os chamo de macaquitos, como fazem argentinos (e com toda razão) e outros para não ofender nossos irmãos ainda no estágio primata do desenvolvimento...

Será que esses jornalistas passaram, por alguma faculdade, ainda que dessas que vendem diplomas?

Será que esses colegas não têm um editor com um mínimo de domínio do Sistema Linguístico Português, sua ferramenta principal de trabalho?

Será que não contam com algum colega que os advirta da babaquice que andam aprontando?

O diretor da empresa jornalística? O presidente dessa empresa?

E pronunciam STÊIDIUM, com voz de senhores poderosos da cocada.

De envergonhar.

De Gaulle, o general da Resistência Francesa contra a invasão nazista, já percebeu que nós não podemos ser levados a sério. É dose, e comprovável!

Depois, querem que sejamos respeitados no concerto das nações. Aí, já é demais... Mas querem. E insistem, com renitência de invejar...


Paschoal Motta, BH, escritor, jornalista, professor



Martha Tavares Pezzini 
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