terça-feira, 15 de março de 2011

Poesia e Ação II

    
   O que podia ser um verso, uma palavra que desencadeasse um motivo emotivo, já não quer dizer: vale o barulho descompromissado com um mínimo de atenção, de concentração para um fruir do sentimento. Você não deve sentir. Sentir é conseqüência também de uma educação. As experiências físicas e intelectuais também caminham para seu aprimoramento, ou não. Ou voltamos à barbárie ainda mais depressa. Vamos-nos tornando cada vez mais reféns e sem nem a esperança duma defesa, duma opção contra a imbecilidade puxando para o irracional em que até o senso da sobrevivência, tão natural nas criaturas, começa a não ser notado. A vida vai perdendo sua seiva essencial de crescimento espiritual para o consumo do abominável aqui e agora, que não diz nada, mas conduz uma massa humana quase bovina num corredor para o magarefe se locupletar até com seu berro. Do boi nada se perde, do consumidor inconsciente, alienado, se não tudo, muito se toma. 
 
 
      Continua...
 
 
 Paschoal Motta, professor, escritor, jornalista, São Pedro dos Ferros / BH

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