sexta-feira, 1 de abril de 2011

Poesia e Ação III


A Poesia, figurada e transfigurada no poema, pode ser um processo capaz de fazer um homem voltar sobre si mesmo e de buscar, nessa volta, uma mais nítida compreensão de suas virtualidades como integrante de um Universo em constante mutação, e desvios de sua condição de realizador e consumidor, ao mesmo tempo, de valores íntimos, pessoais.
  Ser poeta representa para mim levar a outro aquilo que ele esqueceu de sentir ou compreender, sem saber como dizer. A Poesia é marca de presença na vida, atuante.  E a vida poderia ser melhor, mais vida, na medida mesma em que as pessoas participassem da Arte. Considerando que a Poesia é uma busca de origens humanamente autênticas, através da linguagem específica, transfigurada e transfiguradora, o homem nela se renovará e encontrará sua infância, suas raízes sentimentais, sem melhor jeito de mentar, de curtir a existência e reinventá-la.
Viver Poesia é um encontrar-se num estágio de constantes descobertas, redescobertas, alumbramentos e perquirições. A Poesia proporciona essa volta às nossas origens menos maculadas – se quiser – menos poluídas de nossos estados anímicos. A Poesia está no prefácio das manifestações humanas e o haverá de acompanhar em todos os seus caminhos através do Universo, pelos séculos.
  Infelizmente, ainda brigamos contra as forças destrutivas da fome, principalmente a fome do estômago. Tenho fé que um dia a Poesia, como manifestação essencial da Arte, será consumida como gênero de primeira necessidade, para sobrevivência neste Planeta do ser integral. Fará falta a Poesia para a inteligência, como o ar e a água para o corpo. Como o arroz e o feijão. Como o petróleo e a energia solar, para que o homem mantenha vivos, sempre, seus sentimentos. 

  Paschoal Motta
  Continua...



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