sábado, 16 de abril de 2011

Poesia e Ação IV

 Poesia e Ação IV

Continuação 

Enviado pelo autor  Paschoal Motta




Um poema, veículo da Poesia, representa a beleza essencial de sentir a vida, na exata medida em que seu mediador constituir-se num ser receptivo às múltiplas facetas da existência. Ser poeta, assim, representa ser um indivíduo de amplas possibilidades culturais, sensibilidade desenvolvida na meditação e recolhimento, humildade humana, paciência e obstinação no seu ofício, além, principalmente, de domínio sobre a matéria bruta de sua Língua Materna. É dominando o sistema lingüístico de manifestação que um escritor se desclassifica, cria estilo próprio, dentro do sistema vigente da Literatura de sua Pátria.
  Já é por demais sabido, mas posto muito pouco em prática, que, na medida que um escritor proporciona ao idioma natal novas perspectivas expressionais, ele se individualiza, e, assim, pode catalisar um modelo literário, abrindo novos caminhos para a Arte e para seu semelhante. Não basta, pois, escrever versos. É muito difícil escrever versos impregnados de Poesia. Não basta, ainda, a sensibilidade, o sentimento, o dom. Essas prerrogativas são inerentes ao ser humano. O homem foi criado em metáfora e para a metáfora. Algo mais ainda é necessário, principalmente obstinação no trato com a Poesia, quando na adequação de sua morfologia no papel  e no canto, seus veículos mais imediatos e tradicionais. Ou em outro processo, não importa.
  Fazer Poesia, portanto, captá-la nas vibrações cósmicas e levá-la a outro, ao carente de sensibilidade, de emoção vitral, é competência de poetas. É uma responsabilidade de Homem. Um poema realizado representa a Poesia escrita na exata medida em que não for nem antigo nem moderno, sem qualquer outro atributo. E isso, obviamente, depende de seu mediador, da antena que o capta, porque a regra do jogo é uma só. Um poema é uma ação em favor do Homem. 

 P.M.



Martha Tavares Pezzini 
Sobre Livros e Autores
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