sábado, 23 de abril de 2011

LIVRO SE VENDE,
O LIVRO SE CONSOME
Paschoal Motta

O Livro brasileiro quer presença agressiva e permanente nos meios de comunicação. Até nos esquecemos dele como fonte de entretenimento, enriquecimento intelectual, sensibilização e mobilização do espírito, porque distante das pessoas em todas as atividades da vida contemporânea. Desde quando, por exemplo, se vê propaganda, assim, do Livro em jornal, televisão, rádio e em outros lugares?
Os escritores querem o Livro, primeiro, promovido como alavanca essencial ao mecanismo de nosso desenvolvimento. Chega de comemorar e falar do Livro como objeto estranho, não identificável, ausente, irreal, mas como matéria de consumo de primeira necessidade, visto, cheirado, palpável, lido. O Livro espera, para chegar aos leitores, coragem, trabalho, criatividade, investimento através dos mais conhecidos e possíveis canais de comunicação de massa, de modo profissionalmente comercial. As possibilidades são inúmeras, como a inventividade dos escritores que realizam suas obras.
Um produto que se anuncia bem, se vende melhor. E todos lucrarão com o Livro barato, porque mais consumido. Principalmente pela juventude passando à deriva da Literatura de qualidade e sem um aperfeiçoamento ideal para sua formação e sensibilização e outras leituras de informação.
Bibliotecas, sim e muitas, mas principalmente levar o livro para casa, comprado, ganhado, sempre próximo, disponível, pessoal, como uma jóia, um disco, uma fita de vídeo, um pôster, um adorno, um presente, afetivamente caríssimo; ali, se mostrará na pequena estante, na cabeceira da cama, no banheiro, na sala, na cozinha, acessível principalmente a crianças. Que glória viver rodeado de livros! E quantas pessoas passam pela existência longe, ignorante do prazer e da riqueza da leitura?!
Como popularizar o Livro para atingir grandes públicos, grandes vendagens, grandes doações? Não é problema do criador de Literatura, como também do ensaísta, do cientista, do filósofo, por exemplo, que também escrevem e publicam, e, sim, de quem produz o Livro como mercadoria.
Os escritores brasileiros e seus livros, razão de existir das editoras, estão à míngua de ações concretas, claras, imediatas, permanentes por parte de quem os publica ou poderão publicar. E ter a inocência de declarar, como alguns editores e livreiros, que autor brasileiro não vende é, no mínimo, assinar documento público de incapacidade empresarial.
Muito tem sido dito e impresso sobre a problemática do Livro no Brasil.
Que tal, agora, passarmos para a questão do vender e do lucrar com nossos Livros?
De ambas as partes, claro.







Paschoal Motta é escritor, jornalista, editor, professor
 paschoal.motta@gmail

http://marthatavaresspf.blogspot.com/


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