terça-feira, 26 de abril de 2011

 Entre eles tem Minas 

 Milton Nascimento e Padre Fábio de Melo, hoje, 26 de abril, às 19h e 21h no  Grande Teatro do Palácio das Artes em Belo Horizonte. (31)3236-7400).
 O repertório contará com músicas assinadas pelos dois. De padre Fábio, Sou um Zé da Silva e Contrários . E Milton cantará junto com ele músicas como O rouxinol e River Fenix (Carta a um jovem ator), além de muitas pérolas reservadas para nosso encantamento.
 Estou correndo atrás de um ingresso...

  Martha

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                   Férias - relax ou tensão?

  Mesmo vivendo o status de aposentada ainda me empolgo com as férias oficiais. É verdade que às vezes me perguntam – que diferença faz? Mas se quero encontrar mais gente da família reunida e também amigos que não vejo há muito tempo, o melhor a fazer é ir para São Pedro dos Ferros nos feriados.
  Delicio-me andando por aquelas ruas. Elas estão presentes nos meus sonhos e delas conheço cada detalhe, mesmo que muitas mudanças tenham ocorrido. Parar na rua para conversar com as pessoas me traz uma satisfação indescritível. Lá sou parte de um contexto, da história da minha família, da história de todos.
  Não vejo a hora de voltar. Mas confesso que estradas me deixam tensa. Ainda mais aquela que terei de enfrentar a Br 381, mais conhecida como Rodovia da Morte. Fico entre a expectativa e o medo. A trajetória é a mesma desde... nem sei quantos anos, enquanto o número de veículos que nela transitam já foi multiplicado absurdamente, sem que nenhuma mudança considerável tenha sido feita visando a segurança dos usuários.
    Nossos dirigentes continuam cada vez mais insensíveis ao morticínio de nossas rodovias. Nem as guerras do Iraque e Vietnã já mataram tanto. Quando em época eleitoreira surgem promessas de soluções para todos os males que afligem a população, como se ainda lhes restasse um mínimo de credibilidade. E triste constatamos que há um enorme fosso nos separando dos nossos representantes.
  Contando com a proteção divina me arrisco pela rodovia da morte  para ter a alegria de aproveitar uns dias em São Pedro dos Ferros, junto aos que amo.

Martha
BH, 03 de fev. 2010


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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Poesia e Ação V

Continuação

Enviado pelo autor, Paschoal Motta

 " É preciso também acabar, de vez, com essa malsinada opinião de que Poesia é ocupação de desocupados, de vencidos na vida, de carentes, de irresponsáveis. Um verdadeiro poeta sempre foi um homem de ação, de trabalho atuante e positivo no meio de sua sociedade. A Poesia estará atuando, assim, sempre no engrandecimento da sociedade, do ser humano individual, na proporção em que o poeta tiver a consciência crítica de que ele é um homem comum, só que com mais uma responsabilidade específica.
  Ação literária, afinal, é ação no duro, é mexer com sentimentos profundos. Nada de sonhos, de devaneios. Um poeta sonha, sim, mas um sonho acordado, um sonho dinâmico, ligado de unhas e dentes à realidade que o cerca. Poesia de fossa, de dor-de-cotovelos, de sentimentos pessoais e epidérmicos não cabe mais em nosso tempo. Jamais coube, aliás. Ação literária é atuação para valer junto do coração. Uma inteligência sensibilizada está disposta ao melhoramento pessoal e de seu semelhante."

Continua...



 
         Paschoal Motta mora em Belo horizonte, é escritor, jornalista, editor e professor.  
paschoal.motta@gmail.com

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domingo, 24 de abril de 2011

PASSAGEM - Gabriel Chalita fala sobre Páscoa



                        Gabriel Chalita - Passagem

   Páscoa é a festa mais importante do cristianismo. É a festa da ressurreição de Cristo. É a razão da nossa fé, como nos ensina São Paulo.
Páscoa é passagem. Passagem da escravidão para a libertação. Passagem da vida morte para a vida. E esse convite que se renova  a cada ano na Semana Santa.
   Somos imagem e semelhança de Deus. Somos santos. Somos pecadores. Essa dicotomia nos leva a caminhos ora erráticos, ora corretos. Ora cultivamos bons sentimentos, vivemos a solidariedade, o amor: ora agimos com impiedade, com egoísmo e nos afastamos do que de fato somos. É por isso que nos angustiamos e nos perdemos do caminho do bem. E depois retomamos. Ou não.
   Tomar consciência de nossa imperfeição, saber que somos escravos do pecado nos leva a compreender que nascemos para a liberdade. Saber que morremos quando renunciamos ao que somos nos leva a compreender que é para a vida que nascemos.
   Certa vez, em uma visita à Fundação Casa (antiga Febem) de São Paulo, uma mãe me abraçou e entre soluços me perguntou: "Por que meu filho morreu? Por que?". E eu tentei saber logo se houve alguma briga, se ele havia morrido ali mesmo. E ela aos poucos foi se acalmando e ma explicou que morrer significava estar preso naquele lugar. Eu conheci seu filho. Ajudei a mãe a perdoar ao filho, que a havia decepcionado.
E eu estava lá no dia em que ele saiu para cursar uma faculdade e trabalharem uma rede de lanchonetes. A face do menino era outra e a da mãe também.
   Desistir da vida diante da morte é desconhecer o milagre da transformação, da passagem, da misericórdia de Deus. Perceber a situação de escravidão, seja ela qual for: o ódio, as drogas, o egoísmo, etc., e achar que não há saída é como deixar a cortina fechada e reclamar da ausência do sol.
   Com sua morte e ressurreição, Cristo nos deu a salvação. Cristo nos edificou uma ponte. Uma ponte de amor. Mas é preciso que façamos nossa parte. Ninguém é obrigado a ser livre, embora tenhamos sido criados para isso. Ninguém é obrigado a fazer o bem, embora seja essa nossa essência.
   Que nesta Páscoa possamos fazer a passagem de uma vida plena de amor. E, se errarmos de novo, que tenhamos coragem e determinação para recomeçar.


Gabriel Chalita é escritor, professor,Deputado Federal e apresentador de TV 
twitter.com/gabriel_chalita

sábado, 23 de abril de 2011

LIVRO SE VENDE,
O LIVRO SE CONSOME
Paschoal Motta

O Livro brasileiro quer presença agressiva e permanente nos meios de comunicação. Até nos esquecemos dele como fonte de entretenimento, enriquecimento intelectual, sensibilização e mobilização do espírito, porque distante das pessoas em todas as atividades da vida contemporânea. Desde quando, por exemplo, se vê propaganda, assim, do Livro em jornal, televisão, rádio e em outros lugares?
Os escritores querem o Livro, primeiro, promovido como alavanca essencial ao mecanismo de nosso desenvolvimento. Chega de comemorar e falar do Livro como objeto estranho, não identificável, ausente, irreal, mas como matéria de consumo de primeira necessidade, visto, cheirado, palpável, lido. O Livro espera, para chegar aos leitores, coragem, trabalho, criatividade, investimento através dos mais conhecidos e possíveis canais de comunicação de massa, de modo profissionalmente comercial. As possibilidades são inúmeras, como a inventividade dos escritores que realizam suas obras.
Um produto que se anuncia bem, se vende melhor. E todos lucrarão com o Livro barato, porque mais consumido. Principalmente pela juventude passando à deriva da Literatura de qualidade e sem um aperfeiçoamento ideal para sua formação e sensibilização e outras leituras de informação.
Bibliotecas, sim e muitas, mas principalmente levar o livro para casa, comprado, ganhado, sempre próximo, disponível, pessoal, como uma jóia, um disco, uma fita de vídeo, um pôster, um adorno, um presente, afetivamente caríssimo; ali, se mostrará na pequena estante, na cabeceira da cama, no banheiro, na sala, na cozinha, acessível principalmente a crianças. Que glória viver rodeado de livros! E quantas pessoas passam pela existência longe, ignorante do prazer e da riqueza da leitura?!
Como popularizar o Livro para atingir grandes públicos, grandes vendagens, grandes doações? Não é problema do criador de Literatura, como também do ensaísta, do cientista, do filósofo, por exemplo, que também escrevem e publicam, e, sim, de quem produz o Livro como mercadoria.
Os escritores brasileiros e seus livros, razão de existir das editoras, estão à míngua de ações concretas, claras, imediatas, permanentes por parte de quem os publica ou poderão publicar. E ter a inocência de declarar, como alguns editores e livreiros, que autor brasileiro não vende é, no mínimo, assinar documento público de incapacidade empresarial.
Muito tem sido dito e impresso sobre a problemática do Livro no Brasil.
Que tal, agora, passarmos para a questão do vender e do lucrar com nossos Livros?
De ambas as partes, claro.







Paschoal Motta é escritor, jornalista, editor, professor
 paschoal.motta@gmail

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Dia Mundial do Livro


23 de abril foi escolhido como o dia mundial do livro por coincidir, nesta data, as mortes de Cervantes e Shakespeare. A Biblioteca Nacional uniu a celebração da data com a luta pela causa do livro e da leitura. A FBN presenteou 30 autoridades brasileiras, consideradas sensíveis à causa e à importância de aumentar o hábito de leitura. Cada uma delas recebeu  exemplares de acordo com sua área e função.
Para o presidente da BN, Galeno Amorim, o incentivo à leitura precisa ser uma bandeira de todos que têm poder de decisão e função pública.


Em Belo Horizonte, Minas Gerais, com muita imaginação, os programas de incentivo à leitura buscam atrair a atenção de crianças e jovens. Como convite à leitura os passageiros têm encontrado em 240 ônibus de BH, folhas contendo textos literários, de um lado, e informações científicas, do outro. Tudo isso vem do projeto Ciências para todos, parceria da UFMG com a Associação Cultural Teia de Textos, ONG que dedica a trabalhos de incentivo à leitura e à escrita.  A Teia forma mediadores, assessora a criação de bibliotecas comunitárias  e edita livros que custam R$1,99.
“Se quisermos que o país tenha mais leitores, precisamos levar a literatura,textos científicos , jornalísticos e filosóficos a todos os lugares. Onde as pessoas trabalham, circulam e convivem. E também nas salas de espera das clínicas, que têm revistas muito ruins” ( Maria Antonieta Pereira) – Professora aposentada da UFMG, criadora da ONG

sexta-feira, 22 de abril de 2011


n  n  n  n   

SER POETA
 
Florbela Espanca

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
do que os homens! Morder como quem beija!
e ser mendigo e dar como quem seja
rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
e não ter sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
é ter garras e asas de condor!
É ter fome, e ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma, e sangue, e vida em mim
e dizê-lo cantando a toda a gente!

(Poeta portuguesa)

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