domingo, 13 de janeiro de 2013

Invisibilidade ou Omissão - Gabriel Chalita

 Acabei de comentar uma foto no face book, que me tocou profundamente. Em seguida deparei com ese comentário de Chalita.  Torcemos para vozes como a dele possam influenciar mais quem tem o dever de amenizar tanto sofrimento.  MTP



A invisibilidade humana é um dos mais severos crimes da sociedade. Omitir-se da triste condição alheia, negar um gesto solidário, abandonar o próximo à própria sorte são atitudes causadoras de injustiça. Temos, hoje, uma cidade dividida: a rica e a pobre. A cuidada e a abandonada. De acordo com o último Censo, de 2011, realizado pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), a cidade tinha quase 15 mil pessoas vivendo nas ruas. No entanto, uma mudança positiva desponta na relação entre a Prefeitura de São Paulo e essas pessoas.
O secretário municipal de Segurança Urbana, Roberto Porto, responsável pela Guarda Civil Metropolitana, anunciou a intenção de criar um novo protocolo de abordagem aos moradores de rua. O objetivo da medida, que inclui a participação de assistentes sociais, é diminuir drasticamente a truculência que marcou essa ação na gestão anterior.
Em julho do ano passado, o Ministério Público do Estado ingressou na Justiça contra a Prefeitura, questionando a constitucionalidade da lei que dá à GCM o poder de interpelar e lidar com essas pessoas. Vale lembrar que 70% dos moradores de rua apresentam problemas mentais, de drogadição ou de alcoolismo. Sem uma política municipal de acolhimento, a ação do poder público se limitava à apreensão de seus poucos pertences e documentos e à dispersão desmedida dessa população.  
São Paulo não pode mais admitir que esses cidadãos vivam em condições de vulnerabilidade. Como disse o prefeito Haddad, este é o início de um novo tempo, que derrubará o "muro da vergonha" que separa ricos e pobres, com a implementação de uma política de respeito e de diálogo.
Há muito a ser feito para que a maior e mais rica cidade da América Latina tenha um olhar de esperança para tantos que, por alguma razão, já a perderam. 
E isso vale para outras cidades do nosso país. Grandes ou pequenas. Nenhum cidadão pode ser tratado como invisível.
Por Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo)

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