A visão de um jovem que hoje já está na fase madura, vai focar, na segunda parte a ser postada, as leituras que o influenciaram na sua chamada auto-educação. Ronei é um leitor ávido desde criança. Inteligência brilhante. Aguardo ansiosa, seu livro.
MTP
Existem diversos marcos na minha auto-educação, aquela
que eu assumi após as instituições de ensino e pregações da sociedade cessarem
sua influência modificadora em mim. Não que estas estejam erradas, longe de mim
ser aquele jovem rebelde querendo transgredir apenas pela transgressão, apenas
que educação formal e informações da sabedoria popular todos nós devemos (ou ao
menos deveríamos) ter. Também não quero dizer que tal pressão social algum dia
acaba, apenas que ela não mais me forçava a fazer ou a pensar da forma como
tentavam convencer, vender ou mesmo enganar a si mesmos querendo nos levar
junto.
Não, eu estou falando depois de completada a etapa
acadêmica que nos dispusemos a fazer - seja ensino primário, terciário,
plenipotenciário ou penitenciário, o sabor da sua escolha. Estou falando de
depois dos nossos tios ou vizinhos, primos ou coleguinhas do curso de
windows-word-excel acharem que não há nada mais para nos ensinar, que estamos
prontos. Ok, exagerei aqui, visto que é uma impossibilidade prática atingir tal
consenso. Consideremos então que estou falando de depois que eles concluam que
não temos mais esperança, somos um caso perdido e assim, sem avisar, nos deixam
em paz. Quando caímos no mundo como um indivíduo não como um projeto de
pessoa-modelo (que na verdade não existe), por assim dizer.
A partir desse ponto, cada um de nós pode ESCOLHER o
que quer aprender, focalizar sua curiosidade aonde bem entender, sem ter uma
legião de "coleguinhas" aprendendo ou pelo menos sendo expostos às
mesmas informações como vinha acontecendo desde a escolinha. O que eu escolhi
ler não necessariamente é escolhido pelos que caíram nesse conjunto-universo ao
mesmo tempo que eu e assim a partir daí a nossa educação passa a ser individual,
exclusiva, apenas para nós.
Dessa forma fui seguindo, sendo um leitor ávido em
relação a alguns de meus pares (se o critério a se obedecer for o da
quantidade) ou sendo um leitor limitado para muitos (ao se levar em conta a
temática pouco diversificada, por ter largado o chato do Sartre, por nem ter
pensado em ler Nietsche ou como se soletra?, por considerar Baudelaire ou
Tchekov nomes bacanas para citar, mas que nunca li).
Eis que nessas andanças apareceram alguns MARCOS,
alguns pontos angulares, desviando minha consciência para uma direção diferente
da que décadas de ensino padrão mais um pouco de curiosidade e rebeldia (de
então) estavam guiando.
Ronei Pezzini
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