quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sossego ou desassossego - Martha Tavares Pezzini





“... O que eu quero? – Sossego!”


"...Eu bem que contei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu...”


Tim Maia cantava: “ o que eu quero? – Sossego!” 
Quero um sossego, que me sossegue das coisas que não estão me interessando. Mas não quero me livrar do desassossego das outras.
A inquietação ante a perplexidade da vida não quero deixar. Ficar vendo o tempo passar, na janela, como  lindamente cantou o Chico, é não ter nada para correr atrás e isso é o fim. Temos de estar sempre à espera de uma realização ou mesmo das pequenas alegrias que fazem parte do nosso dia a dia.  E pensar na vida como um grande filme que tem um magistral Diretor, nos sugerindo as ações enquanto nos deixa  decidir  como interpretar nossas melhores cenas e ainda editar, mudando para melhor.
Olhando-me no espelho percebo o acelerar das mudanças em meu rosto. Também meu corpo e meus movimentos já não são os mesmos. Inquieta-me? Mas há uma vida a ser vivida oferecendo tantas alegrias e opções que não damos conta de analisar todas para fazermos uma seleção. Temos de ter um olhar atento para distinguir aquelas  que merecem  tratamento especial. 
Enquanto escrevo  me dou conta de que me sinto feliz por pequenas coisas do dia a dia. Estar ao lado do meu marido e ajudá-lo nas suas dificuldades, pequenos agrados às minhas filhas ou dar uma atenção especial a pessoas mais simples que encontro no meu caminho. E é claro que amigos são imprecindíveis e não há nada melhor do que estar com eles.  São coisas que acalmam, sossegam o espírito. Desse tipo de sossego não podemos abrir mão!

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